Brasília – A Polícia Federal cumpriu na manhã desta quarta-feira (19) dois mandados de busca e apreensão e um de revista pessoal em Lajeado, no Rio Grande do Sul, contra suspeitos de produzir imagens falsas da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) com uso de inteligência artificial e de promover apologia ao nazismo.
Batizada de Operação Rosa Branca, a ação investiga um grupo que, segundo a PF, utilizava ferramentas de deepfake para criar montagens de conteúdo sexual envolvendo parlamentares federais. Nas redes sociais, os investigados exibiam símbolos associados à “superioridade” racial e publicavam mensagens de teor racista.
O inquérito teve início após procedimento instaurado pela Polícia Legislativa do Senado, que apontou publicações irregulares na internet. Fontes ligadas à investigação afirmam que os alvos podem integrar uma célula neonazista na região Sul.
Caso as suspeitas se confirmem, os envolvidos poderão responder pelos crimes de preconceito de raça ou cor e de divulgação indevida de intimidade sexual, cujas penas chegam a cinco anos de prisão, além de multa.
Senadora relata ameaças
Em nota, Soraya Thronicke disse não ter sido informada previamente sobre a operação nem se consta formalmente como vítima. A parlamentar relatou, no entanto, receber ameaças de morte dirigidas a ela e a familiares, e cobrou do Congresso leis mais rígidas para combater crimes virtuais, citando projeto de sua autoria que acelera processos por crimes contra a honra na internet. Ela também lembrou a Lei do Stalking (Lei 14.132/2021), de iniciativa da senadora Leila Barros.
Além da operação desta quarta-feira, Soraya foi alvo recente da Operação Assédio, quando a PF apreendeu equipamentos de um suspeito de enviar mensagens de teor sexual à senadora e a outras mulheres parlamentares.
A Polícia Federal não divulgou o número de investigados nem detalhou o material apreendido em Lajeado. A investigação segue em sigilo.
Com informações de Gazeta do Povo