São Paulo – A Polícia Federal (PF) investiga o empresário Kalil Bittar, ex-sócio de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, por suspeita de negociar acesso a contratos públicos na área da educação. De acordo com inquérito obtido pela PF, Bittar teria recebido R$ 210 mil em pagamentos mensais do também empresário André Gonçalves Mariano entre novembro de 2022 e fevereiro de 2024.
Os depósitos, realizados diretamente entre contas pessoais, começaram um mês após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo os investigadores, Mariano pretendia ampliar seus negócios por meio de parcerias com o poder público.
Operação Coffee Break
As suspeitas integram a Operação Coffee Break, deflagrada na última quarta-feira (12) por ordem da 1ª Vara Federal de Campinas (SP). A ofensiva cumpriu 50 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva em São Paulo, Distrito Federal e Paraná. Entre os alvos está a ex-nora do presidente, Carla Ariane Trindade Silva, que teve celular, computador e documentos apreendidos.
BMW de R$ 240 mil
O inquérito também aponta que Mariano teria transferido a Bittar um veículo BMW 540i, avaliado em cerca de R$ 240 mil, adquirido em nome da empresa Life Educacional. Para a PF, há indícios de que o carro foi usado como forma de pagamento, pois registros bancários da empresa e de Mariano não mostram transações que justifiquem a venda do automóvel. Bittar estaria utilizando o veículo pelo menos desde 2023.
Defesa nega irregularidades
O advogado Roberto Bertholdo, representante de Kalil Bittar, afirmou que seu cliente está à disposição das autoridades e confia na comprovação da “improcedência de quaisquer acusações”.
Bittar já havia aparecido em investigações da PF em 2016, quando foi gravado em conversas com Lulinha na Operação Lava Jato, no caso que envolveu o sítio de Atibaia.
Não há até o momento decisão judicial sobre o mérito das acusações. A investigação segue em sigilo.
Com informações de Gazeta do Povo