Um grupo de parlamentares do Partido dos Trabalhadores protocolou na Câmara dos Deputados, em 13 de setembro de 2025, um pedido para que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva declare o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “persona non grata” no Brasil.
A indicação ao Executivo foi apresentada pelos deputados Luiz Couto (PT-PB) e Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), contando com o apoio de outros 20 colegas de bancada. No documento encaminhado ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, os autores argumentam que diversas ações de Trump configuram agressões à soberania brasileira.
Motivos elencados
Entre os pontos citados pelos parlamentares estão:
- Elevação de tarifas sobre produtos brasileiros;
- Revogação de vistos de autoridades nacionais, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Segundo os deputados, tais medidas exigem “resposta diplomática de caráter enérgico e proporcional”. Para eles, a omissão do Estado brasileiro criaria “precedente perigoso” ao sinalizar tolerância a violações de independência.
O que significa ser “persona non grata”
No jargão diplomático, a declaração torna a pessoa indesejada no país anfitrião, impedindo sua entrada ou permanência. Os parlamentares ressaltam que o ato não configuraria hostilidade, mas defesa legítima da soberania nacional.
Antecedente envolvendo Lula
Em fevereiro de 2024, o presidente Lula sofreu medida semelhante por parte de Israel, após comparar a ofensiva israelense contra palestinos ao Holocausto.
Imagem: AAR SCHWARTZ
Contexto recente das tensões
Na quinta-feira, 11 de setembro, Trump criticou a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Primeira Turma do STF por suposta tentativa de golpe de Estado nas eleições de 2022. Falando a jornalistas na Casa Branca, o líder norte-americano classificou a decisão como “muito ruim para o Brasil” e elogiou Bolsonaro.
Washington já havia ampliado a pressão sobre o Brasil em julho, quando aplicou sanções previstas na Lei Magnitsky contra ministros do STF, entre eles Alexandre de Moraes, e aumentou tarifas sobre produtos brasileiros.
Agora, cabe ao Ministério das Relações Exteriores analisar o pedido dos deputados e decidir se adotará a declaração de “persona non grata” contra o presidente norte-americano.
Com informações de Gazeta do Povo