O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) quer colocar em votação ainda nesta semana o relatório que trata da chamada “dosimetria” – projeto que reduz as penas dos condenados pelos atos de 8 de Janeiro. A nova versão substitui a anistia ampla por uma diminuição das sentenças, mudança que desagradou parlamentares de direita e não obteve adesão da esquerda.
Segundo Paulinho, o texto só avançará se houver acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), o governo Lula e o Senado, um processo que, admite, “leva tempo”. O relator marcou reuniões com diferentes bancadas para segunda-feira (22) e terça-feira (23) antes de apresentar uma versão preliminar.
O deputado afirma contar com o apoio do centrão e do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), mas considera “impossível” aprovar o perdão total defendido pelo PL. “O melhor é encontrar algo no meio que beneficie quem foi injustamente penalizado”, declarou.
Reação imediata da direita
A alteração provocou reação intensa. Do exterior, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) escreveu no X que “a anistia ampla, geral e irrestrita não está sob negociação” e chamou Paulinho de “alguém posto por Moraes para enterrar” o perdão total.
Na mesma linha, Carlos Jordy (PL-RJ) afirmou que “quem está afrontando o Congresso são os ministros que impõem que não aceitam a anistia”. Ele rejeitou qualquer medida que não contemple o perdão integral.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também reforçou a exigência de incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo STF a 27 anos de prisão. “Queremos Bolsonaro livre. É o que o partido quer”, disse à Folha, acrescentando que “Trump está esperando a aprovação da anistia”.
Busca por consenso
Apesar da pressão, Paulinho afirma que manterá a tentativa de conciliação. “Nem Jesus Cristo agradou a todo mundo, então não vai ser eu”, comentou. O deputado sinaliza que, sem acordo, dificilmente colocará a matéria em votação.
A expectativa é de que o parecer seja apresentado após as reuniões com as lideranças partidárias, mas o relator admite que o calendário pode ser revisto caso não haja respaldo suficiente.
Com informações de Direita Online