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Pastor Silas Malafaia tem passaporte retido e sofre busca e apreensão por ordem de Alexandre de Moraes

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O pastor Silas Lima Malafaia, 66 anos, tornou-se alvo de mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal na quarta-feira, 20 de agosto de 2025. A determinação partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também ordenou a retenção do passaporte do líder religioso.

Na mesma investigação, a PF indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por suspeita de coação no curso do processo e obstrução de investigações sobre a atuação do parlamentar nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.

Acusações negadas pelo pastor

Segundo a Polícia Federal, Malafaia teria ajudado a coordenar campanhas digitais de pressão contra ministros do Supremo, validando mensagens de Jair Bolsonaro e sugerindo estratégias de divulgação. Ao comentar a operação, o pastor afirmou: “Eu sou um líder religioso. Eu não sou um bandido nem um moleque”. Ele nega ter orientado parlamentares e diz manter apenas conversas de cunho pessoal.

Trajetória religiosa e presença na mídia

Nascido no Rio de Janeiro em 14 de setembro de 1958, Malafaia lidera a Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), congregação com cerca de 200 mil fiéis. O programa televisivo Vitória em Cristo, no ar desde 1982, projetou seu nome nacionalmente e estimulou a criação da Associação Vitória em Cristo (Avec) e da editora Central Gospel.

Filho do pastor Gilberto Malafaia e genro do pastor José Santos, iniciou a pregação no bairro da Penha, onde permanece como pastor. Em 2010, após a morte do sogro, assumiu a então Assembleia de Deus da Penha, renomeando-a para ADVEC.

Atuação política ganhou força nos anos 2000

A participação de Malafaia em debates legislativos tornou-se evidente na década de 2000, quando liderou a oposição ao PLC 122/2006, que tipificava a homofobia como crime. O pastor argumentava que a proposta atacava a liberdade religiosa e de expressão. A mobilização de segmentos evangélicos contribuiu para o arquivamento do projeto em 2015.

No campo eleitoral, Malafaia apoiou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2002 e 2006, José Serra (PSDB) em 2010 e Aécio Neves (PSDB) em 2014. Em 2018, aproximou-se de Jair Bolsonaro, diante de pautas conservadoras em comum.

Pastor Silas Malafaia tem passaporte retido e sofre busca e apreensão por ordem de Alexandre de Moraes - Imagem do artigo original

Imagem: Vinícius Sales via gazetadopovo.com.br

Aliança e divergências com Bolsonaro

O relacionamento com Bolsonaro intensificou-se durante a campanha de 2018, quando o pastor orou com o então candidato às vésperas do segundo turno. Nos anos seguintes, Malafaia organizou manifestações em defesa do governo. Mesmo assim, fez críticas públicas: em 2022, reprovou a entrega do Ministério da Educação ao Centrão; em 2024, chamou o ex-presidente de “covarde” por, segundo ele, adotar postura ambígua na disputa municipal de São Paulo.

Após o término do mandato de Bolsonaro, Malafaia manteve a mobilização da direita e coordenou atos na Avenida Paulista, no Rio de Janeiro e em Brasília. Entre 2024 e 2025, liderou protestos em 25 de fevereiro, 21 de abril, 7 de setembro, 6 de abril, 16 de março, 7 de maio, 29 de junho e 3 de agosto.

Influência no cenário evangélico

Além da atuação política, Malafaia é reconhecido como uma das principais vozes do segmento evangélico no país. Seu ministério, presença constante na televisão e eventos de grande porte consolidaram a posição do pastor como formador de opinião em temas de costumes e moral cristã.

Com a investigação da Polícia Federal, o líder da ADVEC passa a enfrentar novo capítulo de embate com o Supremo, ao mesmo tempo em que reforça sua defesa pública de liberdade religiosa e de expressão.

Com informações de Gazeta do Povo