Brasília — O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT-SP), declarou nesta terça-feira (16) não se preocupar com a chance de ter o visto para os Estados Unidos negado. “Tô nem aí. Só fica preocupado quem quer ir pros Estados Unidos. Eu não quero ir para os Estados Unidos”, disse o titular da pasta, em tom de deboche ao conversar com jornalistas.
A declaração foi feita logo após o governo apresentar o projeto que unifica o número do Sistema Único de Saúde (SUS) ao CPF, medida que, segundo o ministério, pretende agilizar o atendimento à população.
Agenda internacional indefinida
Padilha foi convidado para reuniões de ministros da Saúde durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e para um encontro da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Washington, ambos previstos para este mês. Ele, porém, afirmou que a participação ainda não está confirmada porque pretende acompanhar votações no Congresso Nacional.
A principal prioridade do ministro é a aprovação, até 26 de setembro, da Medida Provisória que cria o programa Agora tem Especialistas, iniciativa considerada estratégica pelo governo Lula para ampliar o acesso da população a serviços de saúde especializada.
Vistos cancelados
O episódio ocorre um mês depois de o Departamento de Estado norte-americano revogar os vistos da esposa de Padilha e da filha de 10 anos. O visto do próprio ministro venceu em 2024, razão pela qual não foi alvo da medida. Na mesma ocasião, ex-colaboradores ligados ao programa Mais Médicos, como Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, também tiveram autorizações de entrada nos EUA canceladas.
Ao justificar as revogações, o governo norte-americano classificou o Mais Médicos como um “golpe diplomático” que explorou profissionais cubanos e beneficiou o regime de Havana com respaldo de autoridades brasileiras e de ex-funcionários da Opas.
Críticas a Eduardo Bolsonaro
Durante a entrevista, Padilha também atacou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), citando a mudança do parlamentar para os Estados Unidos e dizendo que “só fica preocupado com visto quem quer sair do Brasil para fazer lobby de traição da pátria”.
Apesar da polêmica, o ministro reiterou que, no momento, sua agenda prioritária segue sendo a tramitação da Medida Provisória no Congresso.
Com informações de Gazeta do Povo