Brasília – O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), senador Carlos Viana (Podemos-MG), defendeu nesta quinta-feira (18) a prorrogação dos trabalhos por mais 60 dias. O posicionamento ocorre no mesmo dia em que a Polícia Federal (PF) deflagrou nova etapa da Operação Sem Desconto.
“Diante da dimensão nacional e da profundidade desse esquema, é absolutamente indispensável estender a CPMI por mais dois meses. Somente assim será possível rastrear patrimônio oculto, identificar todos os responsáveis e garantir justiça plena às vítimas”, afirmou o parlamentar.
Instalada para investigar descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas, a CPMI é composta por 32 titulares e 32 suplentes, entre senadores e deputados.
Mandados atingem parlamentares e ex-integrantes do governo
Autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, a PF cumpriu 52 mandados de busca e apreensão e 16 de prisão. Entre os alvos estão o senador Weverton Rocha (PDT-MA) e seu ex-chefe de gabinete Adroaldo Portal, que até esta quinta-feira ocupava o cargo de secretário-executivo do Ministério da Previdência.
Segundo a PF, Weverton teria se beneficiado de valores oriundos de descontos associativos fraudulentos e mantido relação próxima com integrantes da organização criminosa. Já Adroaldo e o filho, Eduardo Portal, são suspeitos de participar de movimentações financeiras irregulares. Uma planilha apreendida aponta o nome de Adroaldo para o recebimento de R$ 50 mil em propina, supostamente intermediada por Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”.
A corporação solicitou a prisão preventiva de Weverton, mas Mendonça autorizou apenas busca e apreensão na residência do senador. Também foi afastado o diretor-executivo da Caixa Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (Caixa DTVM), Heitor Souza Cunha.
Filho do “Careca do INSS” é preso
Entre os detidos está o programador Romeu Carvalho Antunes, filho do “Careca do INSS”. De acordo com o inquérito, Romeu teria assumido a continuidade do esquema, organizando pagamentos e a ocultação de recursos após o pai tornar-se alvo de investigação.
Viana declarou estar “em sintonia com a condução firme, técnica e constitucional” do relator do caso no STF, ministro André Mendonça, e reforçou que a prisão do ex-número dois da Previdência “confirma a correção da linha de investigação da CPMI” e evidencia a gravidade das fraudes.
Com informações de Gazeta do Povo