A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (19), uma operação contra fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que levou ao afastamento do secretário-executivo do Ministério da Previdência e reacendeu pedidos para que Fábio Luís Lula da Silva, o “Lulinha”, seja convocado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o caso.
Secretário-executivo afastado
Assim que foi informado da investigação, o ministro da Previdência exonerou o seu principal auxiliar. Também um senador da base governista foi alvo de mandado de busca e apreensão. Segundo a PF, o esquema desviava recursos do INSS por meio de benefícios fraudulentos.
Transferência de R$ 300 mil aponta para amiga de Lulinha
Relatórios policiais citam repasses de R$ 300 mil feitos pelo empresário conhecido como “careca do INSS” a uma empresa pertencente a uma amiga próxima de Lulinha. O partido Novo protocolou novo requerimento para que o filho do presidente preste depoimento na CPMI. O presidente e o relator da comissão defendem a prorrogação dos trabalhos.
Oposição perde dois deputados
Em meio ao avanço das investigações, o presidente da Câmara, Arthur Motta, cassou monocraticamente os mandatos dos deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atendendo a determinações do Supremo Tribunal Federal (STF). Ramagem havia solicitado que o plenário se manifestasse, mas o pedido foi ignorado. A decisão foi classificada por aliados como sinal de “submissão” ao Judiciário.
Lula promete veto ao PL da Dosimetria
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que vetará integralmente o Projeto de Lei da Dosimetria, já aprovado no Congresso. A declaração contraria senadores que alegam ter fechado acordo prévio com o governo. A oposição celebrou a aprovação da matéria como “vitória parcial” na luta pela anistia.
Investigações alcançam Jair Bolsonaro
O ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou a PF a interrogar o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre material encontrado em cofres do Palácio da Alvorada. Paralelamente, o senador Flávio Bolsonaro intensifica articulações para 2026, apresentando-se como figura “mais moderada” do clã.
Desaprovação presidencial se mantém alta
Levantamento AtlasIntel indica que a desaprovação a Lula segue acima de 50%. Apesar disso, o presidente afirmou ter obtido sucesso em “99%” das pautas econômicas enviadas ao Congresso. Na área fiscal, o governo recorreu a manobra contábil para evitar paralisação dos serviços públicos. No campo externo, Lula avisou que não assinará o acordo Mercosul-União Europeia se houver novo adiamento.
Com os desdobramentos da operação no INSS e o desgaste crescente no Legislativo, o Planalto lida simultaneamente com pressões investigativas, embates jurídicos e índices de popularidade desfavoráveis.
Com informações de Gazeta do Povo