O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nota de repúdio após a confusão registrada na sessão da CPMI do INSS desta quinta-feira, 25 de setembro de 2025. O episódio envolveu o advogado Cleber Lopes, que representa o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.
Antunes, suspeito de chefiar o maior esquema de descontos ilegais em benefícios previdenciários, compareceu ao colegiado e negou qualquer irregularidade. Durante o depoimento, o relator Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) classificou o empresário como responsável pelo “maior roubo contra aposentados e pensionistas”.
A declaração acirrou os ânimos. O deputado Zé Trovão (PL-SC) levantou-se e apontou o dedo em direção a Lopes, gerando bate-boca. A Polícia Legislativa precisou intervir e a sessão foi suspensa temporariamente.
Nota de repúdio
Em resposta, a OAB afirmou que “o advogado não é cúmplice; é a linha de frente da defesa dos direitos do cidadão” e reforçou que o sigilo profissional é protegido pela Constituição. A entidade prometeu adotar “medidas institucionais” para impedir que situações semelhantes se repitam.
O presidente nacional da Ordem, Beto Simonetti, relatou ter conversado com o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da CPMI, e classificou como “inaceitável” a forma como o defensor foi tratado: “A OAB respeita o Parlamento, mas exige respeito às prerrogativas da advocacia”.
Segundo o comunicado, a investigação de contratos de escritórios de advocacia e a postura diante de Lopes “afrontam diretamente a lei e os princípios constitucionais”. A Ordem anunciou ainda desagravo público ao advogado e disse que acompanhará o caso nas instâncias cabíveis.
Os trabalhos da CPMI devem ser retomados após a reorganização da pauta, ainda sem data definida.
Com informações de Direita Online