O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), abriu divergência no julgamento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e se posicionou contra a condenação da parlamentar por porte ilegal de arma de fogo.
A análise foi retomada nesta sexta-feira, 15 de agosto de 2025, após o processo ter sido suspenso em março para vistas do magistrado. Com o voto de Marques, o placar parcial no STF ficou em 6 a 1 a favor da condenação.
Maioria sugere pena em regime semiaberto
Já votaram pela condenação os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Dias Toffoli e o relator Gilmar Mendes. A pena proposta é de cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto, além da perda do mandato parlamentar e do cancelamento do porte de arma de Zambelli.
Acusação remete à véspera do segundo turno de 2022
O processo trata de episódio ocorrido em 29 de outubro de 2022, véspera do segundo turno das eleições presidenciais. Na ocasião, Zambelli perseguiu o jornalista Luan Araújo pelas ruas de São Paulo empunhando uma pistola. Em agosto de 2023, a Procuradoria-Geral da República (PGR) ofereceu denúncia pelos crimes de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal mediante uso de arma.
A defesa nega as acusações e alega cerceamento de defesa no curso do processo.
Imagem: Lula Marques via gazetadopovo.com.br
Deputada segue presa na Itália
Paralelamente, Carla Zambelli está detida em Roma desde 29 de julho deste ano. Ela foi presa ao tentar impedir o cumprimento de mandado expedido pelo ministro Alexandre de Moraes no inquérito que investiga a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Com cidadanias brasileira e italiana, a parlamentar deixou o país em maio e solicitou asilo político na Itália. A Justiça italiana ainda analisa o pedido de extradição apresentado pelo Brasil.
O julgamento no STF prossegue, e novos votos podem ser apresentados antes da proclamação do resultado final.
Com informações de Gazeta do Povo