Deputados do partido Novo protocolaram nesta quinta-feira (18) um novo requerimento para que Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, seja ouvido pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. O pedido ocorre após a Polícia Federal deflagrar mais uma fase da Operação Sem Desconto, que investiga suposta fraude bilionária contra aposentados e pensionistas.
Em 4 de dezembro, a CPMI já havia analisado proposta semelhante, barrada por parlamentares da base governista. Agora, o Novo afirma que a convocação do filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “essencial” para garantir transparência na apuração.
Transferências ligadas ao “Careca do INSS”
Decisão judicial que autorizou a operação desta quinta aponta que Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, realizou cinco depósitos de R$ 300 mil para uma empresa de Roberta Luchsinger, amiga de Lulinha. Em conversas interceptadas pela PF, Antunes diz que o verdadeiro destinatário do dinheiro seria “o filho do rapaz”, sem especificar nomes.
Lulinha não é formalmente investigado, e seu nome completo não aparece nos autos. Ainda assim, o líder do Novo na Câmara, Marcel van Hattem (RS), sustenta que as mensagens configuram prova de envolvimento. Mais cedo, o presidente Lula declarou que o filho deve ser investigado caso haja indícios contra ele.
“É inevitável que ele seja convocado”, afirmou van Hattem. O requerimento também leva as assinaturas dos deputados Adriana Ventura (SP) e Luiz Lima (RJ) e do senador Eduardo Girão (CE). Os parlamentares frisam que a convocação não representa “juízo antecipado de culpa”, mas cumprimento do dever de fiscalização.
Críticas de Rosângela Moro
A deputada Rosângela Moro (União-SP) acusou a CPMI de promover “blindagem política” a aliados do governo e defendeu a prorrogação dos trabalhos por mais 120 dias. Para ela, a comissão não pode “empurrar a verdade para debaixo do tapete”.
O novo requerimento será avaliado pela CPMI do INSS em data ainda a ser definida.
Com informações de Gazeta do Povo