O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) participou de um fórum internacional sobre segurança pública em San Salvador, capital de El Salvador, onde apresentou um panorama da violência no Brasil diante do presidente salvadorenho Nayib Bukele, de parlamentares e de embaixadores de diversos países.
Ao iniciar a exposição, o parlamentar lembrou a própria origem em uma comunidade carente. “Eu nasci e fui criado em uma favela e vi de perto como a violência destrói um bairro, uma cidade, um estado e agora um país inteiro”, declarou.
Facções dentro do Estado
Nikolas afirmou que o Brasil “é incapaz de enfrentar grupos criminosos porque as facções já estão dentro do próprio governo”. Segundo ele, há 88 organizações criminosas mapeadas atualmente, duas delas com atuação internacional.
O deputado citou ainda que mais de 11% da população brasileira vive em áreas de influência direta dessas facções. “Entre 50 e 60 milhões de brasileiros vivem sob ordens de criminosos, autoritários e violentos, que decidem quem entra e quem sai”, reforçou.
“Governo paralelo” e punições extremas
Para Ferreira, as facções funcionam como um “governo paralelo, totalitário, armado e impune”, exercendo controle sobre serviços como água, gás e transporte, além de cobrar taxas, torturar e executar moradores. Ele relatou uma prática recente de punição: “O método mais recente envolve tortura e descarte de corpos usando jacarés”, disse.
Mortes acima de cenários de guerra
Ao comparar dados nacionais com conflitos armados, o parlamentar informou que 73.190 brasileiros foram assassinados em dois anos. “O Brasil, sem guerra declarada, mata mais que uma guerra”, afirmou. Ele também mencionou o crescimento de mortes e suicídios entre policiais e disse que agentes de segurança “estão sendo tratados como criminosos”.
Casos do PCC e críticas a decisões políticas
Ferreira recordou episódios envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC), como o assalto ao Banco Central em 2005, a onda de ataques de 2006 em São Paulo e o assassinato de uma autoridade judicial neste ano. Para ele, o avanço do crime está ligado a escolhas políticas e jurídicas tomadas nas últimas décadas.
O deputado responsabilizou líderes de esquerda por uma “aliança ideológica e tolerância ao crime”, citando o Foro de São Paulo e decisões que, segundo disse, beneficiaram facções. Ele também criticou a ausência de mecanismos de controle sobre o Supremo Tribunal Federal: “Vivemos um sistema onde 11 ministros não apenas interpretam, mas definem a pauta do país”.
Encerramento
Ao finalizar o discurso, Nikolas Ferreira declarou que o Brasil não precisa de novas leis, “mas de justiça que cumpra a lei”, apontando as políticas de segurança de El Salvador como exemplo de endurecimento no combate ao crime.
Com informações de Direita Online