A morte do influenciador conservador norte-americano Charlie Kirk, 31 anos, baleado no pescoço durante uma palestra na Utah Valley University (UVU) na quarta-feira (10), repercutiu entre parlamentares da oposição no Brasil e intensificou o debate sobre violência política.
O óbito foi confirmado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em redes sociais, deputados e senadores brasileiros ligados à direita manifestaram solidariedade à família do ativista e alertaram para o que classificam como escalada de ataques contra conservadores.
Reações no Congresso
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) escreveu que “eles querem nos silenciar, mas o que conseguiram foi nos despertar” e afirmou que Kirk “não partiu em vão”. Em publicação posterior, o parlamentar disse ter recebido ameaças de morte após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino solicitar à Polícia Federal investigação de mensagens contra ele, motivadas pelo voto que deu pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo sobre tentativa de golpe de Estado em 2022.
Outros deputados, como Gilberto Silva (PL-PB), Gustavo Gayer (PL-GO), Messias Donato (Republicanos-ES), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo-PR), também lamentaram o crime. No Senado, as manifestações partiram de Jorge Seif Junior (PL-SC), Rogério Marinho (PL-RN), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Ciro Nogueira (PP-PI).
Para a deputada Bia Kicis (PL-DF), “só existe violência por parte da esquerda”. Já o deputado Filipe Barros (PL-PR) destacou que o assassinato chocou o mundo por atingir “um ícone para os jovens americanos”.
Circunstâncias do ataque
Kirk palestrava na UVU como parte da turnê American Comeback Tour. Familiares estavam presentes quando ele foi atingido. A polícia de Utah deteve um homem logo após o disparo, mas, segundo o The New York Times, o detido inicial não tinha ligação com o crime. Horas depois, o diretor do FBI, Kash Patel, anunciou a prisão do suspeito considerado responsável pelo assassinato.
Casado com Erika Kirk, o influenciador deixa dois filhos pequenos.
Imagem: Gage Skidmore
Trajetória e ligação com o Brasil
Figura conhecida do movimento conservador nos EUA, Charlie Kirk ganhou notoriedade ao mobilizar jovens em defesa de pautas alinhadas ao Partido Republicano. Ele foi um dos rostos mais visíveis da campanha que levou Donald Trump de volta à Casa Branca na eleição do ano passado.
Em março, durante seu programa de rádio, Kirk comentou o julgamento de Jair Bolsonaro no STF e pediu que o governo norte-americano avaliasse sanções comerciais contra o Brasil, classificando a ação penal como “chocante e horrível”.
A repercussão da morte do ativista em Brasília reforça a tensão sobre segurança de lideranças políticas, tema que já vinha ganhando espaço após episódios recentes de ameaças e agressões no país.
Até o início da tarde desta quinta-feira (11), autoridades dos Estados Unidos não haviam divulgado detalhes sobre a motivação do atirador.
Com informações de Gazeta do Povo