O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou neste sábado, 22 de novembro de 2025, o pedido de prisão domiciliar humanitária feito pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No mesmo despacho, o magistrado também considerou prejudicados os requerimentos de autorização de visita apresentados por aliados do ex-mandatário.
A negativa ocorreu horas depois de Bolsonaro ter sido preso preventivamente em Brasília. A Polícia Federal apontou risco de fuga durante uma vigília organizada por apoiadores e relatou tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica. Moraes mencionou a possibilidade de o ex-presidente buscar refúgio na Embaixada dos Estados Unidos, situada a cerca de 13 quilômetros do condomínio onde ele residia.
Pedidos de visita barrados
Entre os políticos que solicitaram permissão para visitar Bolsonaro constavam os governadores Cláudio Castro (PL-RJ), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ronaldo Caiado (União-GO), além dos deputados federais Guilherme Derrite (PP-SP) e Evair Vieira (PP-ES). Todos os pleitos foram considerados “sem objeto”, expressão processual usada quando o pedido perde finalidade diante de nova circunstância — no caso, a prisão preventiva já decretada.
Argumentos da defesa
Na sexta-feira, 21, os advogados de Bolsonaro solicitaram que ele permanecesse em prisão domiciliar, alegando “precariedade” do estado de saúde. A defesa citou problemas cardiológicos, pulmonares, gastrointestinais, neurológicos e oncológicos, além de sequelas permanentes da facada sofrida durante a campanha de 2018. O pedido previa autorização para deslocamentos médicos com comunicação prévia ao STF ou justificativa em até 48 horas em casos de urgência.
Situação na Polícia Federal
Bolsonaro foi levado à Superintendência da Polícia Federal em Brasília às 6h35 deste sábado. Passou por exame de corpo de delito às 7h20, e uma audiência de custódia está marcada para domingo, 23, ao meio-dia. Até lá, ele pode receber apenas advogados e sua equipe médica. Uma cela adaptada foi preparada para acomodá-lo na unidade policial.
Com a decisão deste sábado, o ex-presidente permanece sob custódia na PF, sem previsão de transferência para regime domiciliar.
Com informações de Gazeta do Povo