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Moraes rejeita pedido de liberdade e mantém coronel ligado a Bolsonaro preso por “extrema periculosidade”

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Brasília, 14 nov. 2025 — O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira (14) manter a prisão preventiva do coronel da reserva Marcelo Costa Câmara, ex-assessor do então presidente Jair Bolsonaro (PL). O militar é réu no chamado “núcleo 2” da investigação sobre tentativa de golpe de Estado e está detido desde junho, acusado de descumprir medidas cautelares.

Na decisão, Moraes afirmou que a medida é necessária para “resguardar a aplicação da lei penal e a ordem pública”, citando a “extrema periculosidade” atribuída ao coronel e aos demais investigados. Para o ministro, há provas de crimes graves e indícios suficientes de autoria.

Descumprimento de restrições levou à nova prisão

Câmara foi preso pela primeira vez em janeiro de 2024, mas ganhou liberdade provisória em maio, sob condições como a proibição de se comunicar com outros investigados. Em junho, seu advogado, Eduardo Kuntz, comunicou ao STF que havia conversado com o tenente-coronel Mauro Cid, colaborador do processo. A interação motivou Moraes a decretar nova prisão do coronel e determinar a abertura de inquérito por suposta obstrução de Justiça contra ele e seu defensor.

Segundo Moraes, a tentativa de obter informações sigilosas do acordo de delação de Cid demonstra o risco que a liberdade de Câmara representa para as investigações.

Acusações de inteligência paralela

De acordo com a Polícia Federal, o coronel liderava um núcleo de inteligência informal responsável por colher dados sensíveis para embasar decisões do Palácio do Planalto. Entre as ações atribuídas a ele está o monitoramento de deslocamentos do próprio ministro do STF, que aparecia como “professora” em mensagens apreendidas.

Defesa nega envolvimento

Nas alegações finais, a defesa de Câmara classificou as provas como “frágeis” e baseadas em delação obtida “sob pressão”, refutando qualquer participação do militar em plano de golpe ou em atos clandestinos. No início de novembro, Moraes já havia negado pedido para que o coronel comparecesse à formatura da filha em Medicina.

O processo continua em tramitação no Supremo.

Com informações de Gazeta do Povo