Michelle Bolsonaro divulgou nota nas redes sociais nesta terça-feira (2/12) para responder às críticas feitas pelos filhos de Jair Bolsonaro. O atrito começou depois que a ex-primeira-dama condenou, no domingo (30/11), a tentativa do diretório do PL no Ceará de apoiar a pré-candidatura de Ciro Gomes (PSDB).
“Eu jamais poderia concordar em ceder o meu apoio à candidatura de um homem que tanto mal causou ao meu marido e à minha família”, afirmou Michelle no comunicado. Ela acrescentou que respeita a posição dos enteados, mas reivindica o direito de “manifestar pensamentos com liberdade e sinceridade”.
Família em primeiro lugar
Michelle disse que, antes de atuar politicamente, prioriza os papéis de mulher, mãe e esposa. “Se tiver que escolher entre ser política, mãe ou esposa, ficarei com as duas últimas opções”, declarou.
O principal motivo para descartar qualquer aliança com Ciro, segundo a ex-primeira-dama, é o fato de o ex-governador ter chamado Bolsonaro de genocida e se orgulhar de ter acionado a Justiça Eleitoral, resultando na inelegibilidade do ex-presidente. Para ilustrar a incoerência que vê na manobra, ela comparou a troca de apoio a Ciro à escolha “entre Joseph Stalin e Vladimir Lenin”.
Reações dos filhos
Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi o primeiro a reagir, classificando as falas de Michelle como “autoritárias e constrangedoras”. Para o senador, ela atropelou decisões do pai e desrespeitou o deputado André Fernandes (PL-CE), defensor da aproximação com Ciro.
Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e Jair Renan compartilharam críticas semelhantes, afirmando que a madrasta passou por cima da liderança de Jair Bolsonaro. Já Eduardo Bolsonaro (PL-SP) saiu em defesa direta de Fernandes, dizendo que o colega apenas seguiu orientação do ex-presidente.
Origem da controvérsia
A crise ganhou visibilidade durante evento do PL em Fortaleza, quando Michelle se posicionou contra o apoio local a Ciro Gomes. Na ocasião, ela afirmou que “não existe possibilidade de acordo com alguém que continua dizendo que a família é de ladrão”. A declaração contrariou o deputado André Fernandes, que, em outubro, alegou ter recebido autorização de Bolsonaro para conduzir a articulação.
Com a nota pública, Michelle reforçou a recusa em apoiar qualquer composição com Ciro e reiterou que, no episódio de Fortaleza, “agiu apenas como esposa defendendo o marido e a família”.
Com informações de Direita Online