No Dia da Justiça, celebrado em 8 de dezembro, o advogado-geral da União, Jorge Messias, utilizou seu perfil na rede X para afirmar ter “convicção em uma magistratura íntegra, prudente e imparcial”. A manifestação ocorre enquanto o indicado pelo presidente Lula (PT) busca apoio no Senado para ser aprovado como novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na publicação, Messias defendeu que “cultivar a confiança no Judiciário constitui tarefa incessante no âmbito democrático”, ressaltando os princípios do Estado de Direito e a proteção aos direitos fundamentais como bases para a “harmonia social e avanço do Brasil”.
Resistência e tensões no Senado
A indicação provocou desgaste com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que preferia o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O clima se agravou quando Messias divulgou nota colocando-se à disposição para a sabatina antes de conversar pessoalmente com Alcolumbre.
Em resposta, o chefe do Legislativo não citou o indicado pelo nome, limitando-se a afirmar que pautaria a sabatina “no momento oportuno”. Inicialmente marcada para 10 de dezembro, a sessão teve de ser cancelada porque o Palácio do Planalto não enviou a mensagem oficial de indicação. Alcolumbre criticou a demora, classificando-a como tentativa de interferir no cronograma da Casa.
Parlamentares avaliam que a audiência de Messias na Comissão de Constituição e Justiça deve ficar apenas para 2026, a fim de permitir as tradicionais reuniões de “beija-mão”, nas quais o indicado busca votos entre os senadores.
Proximidade com Lula e atrito no STF
Aliados de oposição argumentam que Messias é próximo demais de Lula. O presidente já levou ao Supremo seu ex-advogado Cristiano Zanin e o ex-ministro da Justiça Flávio Dino. O nome de Messias surgiu na Operação Lava Jato quando, em 2016, a então presidente Dilma Rousseff (PT) preparou um termo de posse para Lula assumir a Casa Civil e obter foro privilegiado; Messias, então subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência, seria o responsável por entregar o documento.
Mais recentemente, o advogado-geral da União entrou em conflito com o ministro Gilmar Mendes ao pedir a reconsideração de liminar que alterou a Lei do Impeachment. Gilmar classificou o recurso como “manifestamente incabível” e manteve a decisão, que vai a plenário em 12 de dezembro.
Sem data confirmada para a sabatina e enfrentando resistências dentro e fora do Senado, Jorge Messias segue articulando apoio para assegurar sua cadeira na Suprema Corte.
Com informações de Gazeta do Povo