O pastor Silas Malafaia afirmou, nesta sexta-feira (19), que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e a esposa dele, a advogada Viviane Barci de Moraes, praticaram tráfico de influência. A acusação refere-se a um contrato de R$ 129 milhões firmado entre o escritório de Viviane e o Banco Master, com duração prevista de três anos.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Malafaia declarou que “não existe honorário advocatício desse valor em um contrato genérico” e defendeu que a Procuradoria investigue o caso. “Se isso aqui fosse um país sério, a mulher de Alexandre de Moraes seria investigada e ele seria afastado”, afirmou.
Defesa de deputados do PL
O pastor gravou a mensagem para apoiar o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), alvo de busca e apreensão da Polícia Federal na Operação Galho Fraco, que apura suposto desvio de cota parlamentar por meio do aluguel de veículos. A medida foi autorizada pelo ministro do STF Flávio Dino e também atingiu o deputado Carlos Jordy (PL-RJ). Ambos negam irregularidades.
Malafaia ainda criticou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), por não levar a plenário pedidos de impeachment contra ministros do Supremo. “Grande parte dos senadores é frouxa, incluindo o presidente Davi Alcolumbre”, disse.
Questionamentos sobre sigilo e investigações
O pastor acusou Flávio Dino de levantar o sigilo dos autos referentes à operação contra os parlamentares do PL, enquanto, segundo ele, o ministro Dias Toffoli teria imposto sigilo elevado no processo que investiga o Banco Master. Toffoli também determinou a retirada, da CPMI do INSS, de dados obtidos com quebras de sigilo do empresário Daniel Vorcaro, controlador da instituição financeira.
O contrato entre o Banco Master e o escritório de Viviane Moraes foi apreendido pela Polícia Federal durante a Operação Compliance Zero. O documento prevê representação da instituição em procedimentos que possam ser abertos no Banco Central, na Receita Federal, no Congresso Nacional e em outros órgãos.
Antecedentes de Malafaia com a PF
Em agosto, Silas Malafaia teve bagagens vistoriadas pela Polícia Federal ao desembarcar no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A ação ocorreu no inquérito que apura suposta atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras. O pastor prestou depoimento, mas não foi indiciado.
Reações de Sóstenes e Jordy
Após a operação, Sóstenes Cavalcante chamou a investigação de “cortina de fumaça da esquerda” visando às eleições de 2026. Carlos Jordy afirmou sofrer “perseguição implacável” e disse que Flávio Dino conduz uma vingança pessoal.
Jordy também cobrou apurações sobre pagamentos investigados na nova fase da Operação Sem Desconto. A Polícia Federal analisa cinco transferências de R$ 300 mil do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, para uma empresa de Roberta Luchsinger, amiga de Fábio Luís da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Fábio não é formalmente investigado.
As investigações sobre o contrato do Banco Master, as operações contra os parlamentares do PL e os demais casos citados seguem sob análise do Supremo Tribunal Federal e da Polícia Federal.
Com informações de Gazeta do Povo