Na noite de domingo, 30 de novembro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez pronunciamento em cadeia de rádio e TV para detalhar a lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) e criar um novo tributo sobre os contribuintes de renda mais alta.
O chefe do Executivo destacou que, a partir de janeiro de 2026, trabalhadores que recebem até R$ 5 mil mensais deixarão de pagar IR. Para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350, a alíquota será reduzida. Segundo o governo, a mudança beneficiará cerca de 20 milhões de pessoas com isenção total e outras 5 milhões com redução de imposto.
Para compensar a perda de arrecadação, o Planalto instituiu um imposto mínimo sobre rendimentos superiores a R$ 50 mil por mês, faixa que abrange aproximadamente 140 mil contribuintes, o equivalente a 0,1% da população. A cobrança será progressiva: começa em 0% e chegará a 10% para quem tem renda acima de R$ 100 mil mensais. De acordo com o Ministério da Fazenda, quem já recolhe valor igual ou superior não terá mudança na carga tributária.
Durante o discurso, Lula afirmou que o novo modelo corrige “distorções históricas” do sistema tributário. “Quem vive do suor do seu trabalho paga até 27,5% de imposto. Já quem vive de renda paga, em média, 2,5%”, disse. O presidente classificou a elite econômica brasileira como beneficiária de “privilégios acumulados ao longo de 500 anos”.
A lei que altera a tabela do IR foi aprovada por unanimidade na Câmara e no Senado, mas a cerimônia de sanção no dia 26 de novembro ocorreu sem a presença dos presidentes das duas Casas, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), que mantêm atritos com o Palácio do Planalto. Apesar da ausência, Lula elogiou o Congresso pela “atuação diligente” na tramitação do projeto.
Com tom de campanha a menos de um ano das eleições de 2026, o presidente encerrou o pronunciamento dizendo que seguirá “combatendo os privilégios de poucos para defender os direitos e oportunidades de muitos”. Lula também sinalizou que outras medidas de ajuste tributário poderão ser apresentadas: “Podem ter certeza de que não vamos parar por aí”.
Com informações de Gazeta do Povo
