O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta segunda-feira (13), a criação de um tributo internacional de 2% sobre patrimônios considerados “super-ricos” para financiar ações contra a fome no planeta. A proposta foi apresentada durante o Fórum Mundial da Alimentação, organizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma.
Argumento: recursos existem, falta distribuição
Lula citou estimativas da FAO que apontam 673 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar, apesar de a produção global de alimentos ser suficiente para abastecer uma vez e meia a população mundial. De acordo com dados do Programa Mundial de Alimentos, garantir três refeições diárias a esse contingente custaria cerca de US$ 315 bilhões por ano, valor que corresponde a 12% dos US$ 2,7 trilhões gastos anualmente com armamentos.
“Com um imposto global de 2% sobre os ativos dos super-ricos, arrecadaríamos o montante necessário para garantir alimentação a todos”, afirmou o presidente.
Exemplo interno: mudanças no Imposto de Renda
Lula também mencionou medidas tributárias recentes adotadas no Brasil. Segundo ele, a lei aprovada pela Câmara dos Deputados ampliou a faixa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil por mês (cerca de US$ 1 mil). Ao mesmo tempo, pessoas com renda anual superior a R$ 1 milhão passarão a recolher mais tributos.
Cenário fiscal brasileiro
Dados da Receita Federal indicam que a arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 2,65 trilhões em 2024, o maior resultado da série histórica. Já a carga tributária bruta do governo geral (União, estados e municípios) atingiu 32,32% do Produto Interno Bruto (PIB) no mesmo período, conforme boletim do Tesouro Nacional.
A fala do presidente no Fórum ocorreu em meio a discussões internacionais sobre financiamento de políticas sociais e a busca de alternativas para reduzir a desigualdade alimentar.
Com informações de Direita Online
