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Lula chama políticos de “traidores” e defende soberania em pronunciamento da véspera do 7 de Setembro

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez pronunciamento em cadeia nacional na noite de sábado, 6 de setembro de 2025, véspera do Dia da Independência. Sem citar nomes, o chefe do Executivo classificou como “traidores da pátria” políticos que, segundo ele, “foram eleitos para trabalhar pelo povo brasileiro, mas defendem apenas interesses pessoais”. A referência recai sobre o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se encontra nos Estados Unidos articulando sanções contra o Brasil em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Discurso centrado na soberania

Lula afirmou que o 7 de Setembro simboliza o momento em que o país “deixou de ser colônia” e declarou que o Brasil “não será novamente colônia de ninguém”. O presidente citou a recente decisão do governo norte-americano de aplicar uma das maiores tarifas do mundo a produtos brasileiros, medida em vigor desde 6 de agosto e anunciada em julho pelo presidente Donald Trump. Ele também mencionou as sanções a ministros do STF, entre elas a inclusão de Alexandre de Moraes na lista da Lei Magnitsky.

“Zelamos pelo cumprimento da nossa Constituição que estabelece a independência entre os três Poderes. Isso significa que o presidente do Brasil não pode interferir nas decisões da justiça brasileira, ao contrário do que querem impor ao nosso país”, disse Lula.

Promessas e indicadores econômicos

No pronunciamento, o presidente retomou compromissos de campanha, como isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e taxação dos super-ricos. Também ressaltou índices de crescimento acima da média mundial, o “menor desemprego de todos os tempos” e a “maior operação contra o crime organizado da história” conduzida pela Polícia Federal contra o PCC e outras facções em esquema de distribuição e adulteração de combustíveis.

Pressão comercial dos EUA

Lula criticou a investigação aberta pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), baseada na Seção 301 da legislação norte-americana, que aponta possíveis práticas desleais do Brasil. O processo cita o sistema de pagamentos Pix, venda de produtos piratas na Rua 25 de Março, desmatamento ilegal ligado ao agronegócio, subsídios ao etanol e tarifas preferenciais a parceiros como México e Índia.

Defesa do Pix e regulação das redes

O presidente garantiu que o Pix permanecerá “público e gratuito” e reafirmou a necessidade de regulamentar redes sociais, alegando combate a fake news, discurso de ódio, golpes financeiros e crimes como exploração sexual de crianças e racismo.

Manifestações da oposição

Para este domingo, 7 de setembro, grupos de oposição e apoiadores de Jair Bolsonaro organizam atos intitulados “Reaja, Brasil” em pelo menos 96 cidades no país e no exterior. As manifestações pedem anistia aos réus de 8 de janeiro e defendem o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

Em seu discurso, Lula concluiu conclamando à “união de todos em defesa da pátria” e desejou “feliz Dia da Independência” aos brasileiros.

Com informações de Gazeta do Povo