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Após Câmara poupar Glauber Braga, Lira chama Casa de “esculhambação” e pressiona presidente Hugo Motta

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Brasília, 12 de dezembro de 2025 – O deputado Arthur Lira (PP-AL) criticou duramente a condução do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), depois de o plenário decidir pela suspensão, e não pela cassação, do mandato de Glauber Braga (PSOL-RJ). Em mensagem enviada ao grupo de WhatsApp da bancada do PP, revelada pelo portal g1 nesta quinta-feira (11), o ex-presidente da Casa escreveu que o Parlamento “está uma esculhambação” e cobrou “reorganizar a Câmara”.

A irritação de Lira ampliou o desgaste com Motta, eleito para o comando da Casa com seu apoio político. O episódio começou na quarta-feira (10), quando Braga protagonizou um protesto na Mesa Diretora. A Polícia Legislativa retirou o deputado do PSOL à força, esvaziou o plenário, empurrou jornalistas e interrompeu a transmissão da TV Câmara.

Processo no Conselho de Ética

O caso contra Glauber Braga teve início em abril de 2024, após o parlamentar agredir Gabriel Costenaro, do Movimento Brasil Livre (MBL). No mesmo ano, o deputado chamou Lira de “bandido” e o acusou de roubar recursos do Orçamento. O pedido de cassação, apresentado pelo partido Novo, foi encaminhado ao Conselho de Ética quando Lira ainda presidia a Câmara.

Na sessão de quarta-feira, porém, o plenário optou por aplicar suspensão ao invés da perda de mandato. Durante sua defesa, Braga acusou Lira de articular a cassação e lembrou que o PSOL apresentou representação contra Motta na Procuradoria-Geral da República (PGR).

Zambelli e atritos internos

A mesma sessão também rejeitou a cassação de Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália desde julho e à espera de decisão sobre extradição. Lira afirmou que o tema não deveria ter sido levado ao plenário e que a Mesa acabaria declarando a vacância por faltas.

No dia seguinte, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contrariou a decisão dos deputados e determinou a perda imediata do mandato de Zambelli, dando 48 horas para que Motta emposse o suplente.

Resposta de Hugo Motta

Questionado pela GloboNews, o presidente da Câmara rebateu as críticas. “A presidência da Casa não se move por conveniências individuais nem pode servir como instrumento de revanchismo”, disse Motta, sem citar diretamente Lira.

O impasse expôs a tensão entre o ex-comandante da Câmara e o atual titular do cargo, que ainda terá de lidar com as determinações do STF e com a repercussão dos episódios envolvendo Glauber Braga e Carla Zambelli.

Com informações de Gazeta do Povo