Brasília — O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), classificou como “psicopatia em alto grau” a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de decretar a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 22 de novembro. O número coincide com o 22 usado pelo partido nas urnas.
Bolsonaro foi detido na manhã de sábado (22) após a Polícia Federal apontar risco de fuga e possível tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica. Em despacho, Moraes citou suspeita de que o ex-mandatário pretendia buscar refúgio na Embaixada dos Estados Unidos, situada a cerca de 13 quilômetros do condomínio onde ele reside, em Brasília.
Em entrevista publicada nesta segunda-feira (24) pela Folha de S.Paulo, Sóstenes afirmou que a prisão representa “a maior injustiça da história”. O deputado reiterou que, mesmo condenado e agora preso, Bolsonaro continua sendo “o maior trunfo do PL” e que o partido apoiará o nome que o ex-presidente indicar para a disputa presidencial de 2026.
Disputas e especulações para 2026
Embora considere Bolsonaro central para a estratégia do PL, Sóstenes reconheceu que há consenso em setores do centro e da direita de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), desponta como o pré-candidato mais competitivo no momento. Entre possíveis companheiros de chapa, são citados a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), a senadora Tereza Cristina (PP-MS) e o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil).
Outra alternativa mencionada é uma composição entre Tarcísio e Ciro Gomes, que recentemente ingressou no PSDB. Há ainda a hipótese de o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) colocar seu nome à disposição.
A prisão de Bolsonaro, somada ao fim do prazo recursal da condenação no processo sobre tentativa de golpe de Estado, tende a acelerar negociações para a formação de uma chapa de direita capaz de enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. Pesquisas apontam Lula na liderança, mas com vantagem em queda diante de nomes da oposição, especialmente Tarcísio e Michelle.
Com informações de Gazeta do Povo