Brasília, 1º de dezembro de 2025 – O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), declarou apoio público à nota em que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-SP), critica a demora do governo para encaminhar oficialmente a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Divulgada no domingo (30), a manifestação de Alcolumbre afirma que o Palácio do Planalto tenta ganhar tempo antes da sabatina e confirma a data de 10 de dezembro para a apreciação do nome do atual advogado-geral da União. Segundo o senador, o cronograma será mantido mesmo sem o envio imediato da mensagem presidencial.
Ao endossar o posicionamento, Sóstenes acusou o Executivo de extrapolar limites institucionais. “Quando o Senado cobra respeito, é porque o Executivo ultrapassou todos os limites”, afirmou. Para o deputado, o governo “quer mandar no Senado, impor cronograma e ainda culpar terceiros por sua própria bagunça interna”.
Reação do Planalto
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, respondeu à nota de Alcolumbre dizendo que o governo mantém “o mais alto respeito e reconhecimento” pelo presidente do Senado. Ela negou qualquer tentativa de subordinar a relação com a Casa a negociações de cargos ou emendas e classificou como regulares todas as indicações feitas até agora.
Origem do impasse
O desconforto começou após o ministro Luís Roberto Barroso anunciar aposentadoria antecipada do STF em 9 de outubro. Messias, cotado desde então, foi oficializado por Lula em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, data que intensificou a cobrança de movimentos identitários por uma mulher negra na Corte.
No Congresso, Alcolumbre defendia a escolha do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), enquanto o ministro do STF André Mendonça ofereceu apoio a Messias, ex-colega na Advocacia-Geral da União e também evangélico. À direita, o indicado passou a ser rotulado como “mais petista que evangélico”.
A tensão aumentou depois de Sóstenes divulgar parecer assinado por Messias contra a proibição da técnica de assistolia fetal, utilizada em procedimentos de aborto. O clima se agravou quando Messias se colocou publicamente à disposição para a sabatina antes de conversar pessoalmente com Alcolumbre. Em resposta, o presidente do Senado fixou a data de 10 de dezembro, considerada no Planalto um prazo curto para que o indicado percorra gabinetes em busca de apoio.
Até o momento, o governo não confirmou quando enviará ao Senado a mensagem de indicação, mas Alcolumbre mantém o calendário definido.
Com informações de Gazeta do Povo