A Justiça da Itália decidiu adiar a análise do pedido de liberdade provisória apresentado pela defesa da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), detida em Roma desde o fim de julho. Até que haja nova deliberação, a parlamentar continuará presa na capital italiana.
A defesa solicitou que Zambelli aguarde em liberdade o julgamento do pedido de extradição encaminhado pelo governo brasileiro. Segundo os advogados, a deputada não oferece risco de fuga e necessita de acompanhamento médico. “Estamos muito otimistas, já que ela não representa nenhum risco de fuga, além de toda a parte médica, que ela necessita uma atenção especial”, afirmou o advogado Fabio Pagnozzi ao portal G1.
Esta foi a segunda audiência em duas semanas. Na primeira, a sessão foi suspensa depois de Zambelli relatar mal-estar. Uma perícia médica solicitada pela juíza concluiu que, embora a deputada apresente quadro de depressão, ela pode permanecer presa enquanto aguarda decisão.
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por suposta invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Antes de ser detida, deixou o Brasil em maio, passou pelos Estados Unidos e se estabeleceu na Itália.
A estratégia da defesa inclui o argumento de que o governo brasileiro não formalizou pedido de prisão preventiva e a apresentação de recurso para soltura imediata. A parlamentar sustenta ser inocente e afirma sofrer perseguição política, reiterando o desejo de ser julgada em território italiano — país do qual possui cidadania.
Imagem: Billy Boss
A Corte Suprema da Itália já reconheceu que o alerta vermelho da Interpol equivale a mandado de prisão internacional. O Tratado de Extradição entre Brasil e Itália, em seu artigo 13.2, estabelece que o alerta tem validade de medida cautelar judicial.
Há expectativa de nova audiência ainda nesta semana.
Com informações de Gazeta do Povo
