A advogada Fabiana Barroso afirmou, na edição de quarta-feira (18) do programa Última Análise, que o advogado-geral da União, Jorge Messias, “não possui condições morais nem jurídicas” para ocupar a cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) deixada por Luís Roberto Barroso. A declaração foi feita em meio às suspeitas de prevaricação envolvendo Messias, reveladas por reportagem do Estadão.
Segundo a publicação, a Advocacia-Geral da União (AGU), sob comando de Messias, tinha conhecimento havia mais de um ano de irregularidades em sindicatos que depois apareceriam no escândalo do INSS. Os alertas internos teriam sido ignorados, e medidas só foram tomadas quando o caso se tornou público.
Omissão diante de fraudes sindicais
O ex-juiz Adriano Soares da Costa, também convidado do programa, declarou que Messias “detinha a informação sobre fraudes de grande magnitude” e, portanto, teria se omitido em uma questão de “enorme gravidade”. A AGU não incluiu o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) nem a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) no pedido de bloqueio de bens, embora essas entidades estejam entre as que mais arrecadaram valores de forma irregular, segundo a investigação.
Barroso lembrou que a Constituição Federal exige “reputação ilibada e notório saber jurídico” para ministros do STF e avaliou que ambos os requisitos faltariam a Messias. “Houve violação do dever funcional, pois ele ignorou denúncias formais”, disse.
Resposta de Lula ao chanceler alemão
O programa também repercutiu a reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva às críticas do chanceler alemão Friedrich Merz sobre a preparação de Belém para sediar a COP 30. Lula declarou que, se o político tivesse visitado um boteco na capital paraense, perceberia que “o Pará é melhor do que a Alemanha”.
Para o economista José Pio Martins, a fala do presidente representa “negacionismo” em relação às carências do país, fatores que afastariam turistas. Já Fabiana Barroso comparou o discurso de Lula ao do ex-ditador venezuelano Hugo Chávez, classificando-o como “emotivo e apelativo” e alegando que o governo ignora problemas reais da conferência.
Paraguai atrai empresários brasileiros
Outro tema em pauta foi a migração de empresas nacionais para o Paraguai, impulsionada pela legislação liberal e pela carga tributária reduzida no país vizinho. A comentarista apontou que o modelo de arrecadação brasileiro “empurra” empresários para fora, citando o caso da Lupo. “Cumprir a legislação aqui ficou cada vez mais difícil”, justificou.
Com informações de Gazeta do Povo