O advogado-geral da União, Jorge Messias, divulgou nesta segunda-feira (24) nota oficial em que elogia o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A manifestação ocorre no momento em que o indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal intensifica articulações para garantir aprovação na sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário da Casa.
No texto, Messias afirma submeter-se ao “escrutínio constitucional” e destaca o “relevante papel” desempenhado por Alcolumbre, que comanda o Senado pela segunda vez. Para o chefe da Advocacia-Geral da União, o senador atua como “autêntico líder do Congresso Nacional” e zela por “processos decisórios elevados em favor do país”.
Embora agora receba afagos públicos, Alcolumbre defendia outro nome para a vaga aberta com a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso: o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A preferência contrariou o Palácio do Planalto e gerou tensão entre os Poderes. Mesmo assim, o presidente do Senado comprometeu-se a conduzir normalmente a sabatina de Messias.
Resistência da oposição
Messias, que é evangélico, enfrenta reticências de parlamentares de direita, que o consideram “mais petista do que evangélico”. Ele ganhou projeção nacional em 2016, quando foi citado como “Bessias” em interceptação telefônica entre Lula e a então presidente Dilma Rousseff (PT) sobre o envio do termo de posse de Lula como ministro-chefe da Casa Civil. A nomeação acabou suspensa pelo STF à época.
Apoio de Gilmar Mendes
Apesar do histórico do episódio, o ministro Gilmar Mendes, decano da Corte, desejou êxito a Messias. Em nota, elogiou o “notável espírito público” do AGU e o compromisso com o diálogo institucional durante sua gestão.
Composição da Primeira Turma
Se confirmado pelo Senado, Messias se tornará o quarto integrante indicado por Lula na Primeira Turma do Supremo — somente Alexandre de Moraes, escolhido pelo ex-presidente Michel Temer, não foi indicado pelo petista. O colegiado está desfalcado desde que o ministro Luiz Fux migrou para a Segunda Turma, vaga deixada por Barroso.
Com informações de Gazeta do Povo