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Indicação de Messias ao STF provoca tensão entre Lula e Alcolumbre e agita cenário político

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Brasília — 02 de dezembro de 2025. A ofensiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para emplacar o advogado-geral da União, Jorge Messias, em vaga aberta no Supremo Tribunal Federal desencadeou um impasse público com o senador Davi Alcolumbre (União-AP), responsável por conduzir sabatinas na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

Crise aberta entre Planalto e Senado

Lula buscou apoio direto do relator da indicação na CCJ para driblar a resistência de Alcolumbre. A movimentação irritou o senador, que controla a pauta do colegiado. Deputados aliados, como Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), engrossaram as críticas, enquanto a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, rebateu o parlamentar amapaense. Já o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou manter silêncio porque considera o tema “politicamente controvertido”.

Processos contra Bolsonaro avançam no STF

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou visita de 30 minutos da filha Laura ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que segue detido. A defesa também solicitou atendimento de cardiologista e fisioterapeuta. Em paralelo, advogados apostam em pedido de revisão criminal como alternativa após dificuldades na tramitação de um projeto de anistia no Congresso.

Outros ex-integrantes do governo tentam reverter decisões judiciais. A equipe do general Walter Braga Netto apresentou agravo regimental para levar ao plenário do Supremo recurso negado por Moraes. O mesmo ministro determinou perícia médica da Polícia Federal no general Augusto Heleno.

Além disso, o sobrinho da ex-presidenta Dilma Rousseff protocolou ação pedindo a perda dos direitos de ex-chefe de Estado de Bolsonaro.

Congresso prioriza segurança pública

No Legislativo, o relator do projeto de lei antifacção incluiu ampliação de verbas para polícias e manteve dispositivos que endurecem punições. A Câmara se prepara para votar a PEC da Segurança Pública ainda nesta semana. Paralelamente, fundação ligada ao PT apresentou proposta de criação de uma guarda civil nacional para reduzir o uso das Forças Armadas em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Movimentação partidária e eleitoral

Com receio de desgaste econômico em ano pré-eleitoral, o Palácio do Planalto tenta conter ruídos. Em pronunciamento, Lula se posicionou contra “privilégios de poucos”. Já o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, criticou o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) por não se afastar do bolsonarismo.

Pelo campo conservador, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro descartou eventual apoio da direita a Ciro Gomes (PDT), declaração que provocou reação do deputado André Fernandes (PL-CE). No estado de São Paulo, o deputado Capitão Derrite (PL-SP) deixou a Secretaria de Segurança Pública e reassumiu o mandato na Câmara.

Outros fatos do dia

O Tribunal Superior Eleitoral iniciou testes de vulnerabilidade das urnas eletrônicas que serão usadas em 2026. Em Brasília, a Polícia Federal apreendeu o celular do proprietário do Banco Master, levantando receios sobre influência de lobistas. A Câmara cortou o salário do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) depois de decisão do STF; o parlamentar afirmou que eventual extradição a pedido de Moraes dependeria de juízo norte-americano.

As movimentações reforçam a temperatura elevada entre Executivo, Legislativo e Judiciário às vésperas do último ano de mandato no Palácio do Planalto.

Com informações de Gazeta do Povo