O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), recebeu na tarde desta segunda-feira (18) o presidente do Equador, Daniel Noboa, em Brasília. Durante o encontro, Motta ressaltou a necessidade de parcerias entre países latino-americanos para reforçar o combate ao crime organizado e transnacional.
“A Câmara quer aprimorar a capacidade do Estado brasileiro de enfrentar a criminalidade. Vejo neste tema uma ampla oportunidade para cooperação com resultados positivos para a vida cotidiana”, afirmou o parlamentar.
Noboa destacou que o narcotráfico no Equador é prioridade de seu governo e disse contar com o apoio do Parlamento equatoriano para avançar na área de segurança pública. “Estamos focados em devolver a dignidade ao povo equatoriano. Além da segurança e do meio ambiente, temos o comércio: registramos 80% de déficit e há espaço para crescer”, declarou.
Agenda em Brasília
Mais cedo, o presidente equatoriano esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Lula reafirmou que não vê necessidade de classificar facções criminosas como organizações terroristas nem de violar a soberania de outros países para enfrentá-las.
A fala do chefe do Executivo brasileiro foi interpretada como resposta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que enviou tropas para patrulhar águas da América Latina e do Caribe em ações contra cartéis de drogas.
Imagem: Marina Ramos via gazetadopovo.com.br
Pressão dos EUA e posição brasileira
Em maio, Washington pressionou o Brasil a declarar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como entidades terroristas, medida que acabou descartada. O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, argumentou que as facções buscam lucro por meio de crimes e não agem em defesa de causas ideológicas.
Diante de Lula, Noboa disse que quer superar debates ideológicos e focar em soluções práticas. “As discussões ideológicas são página virada. Precisamos entender as prioridades da sociedade, que convive com urgências muito sérias, e juntos seremos capazes de combater essas ameaças”, disse o presidente equatoriano.
Com informações de Gazeta do Povo
