Brasília — O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 11 de dezembro de 2025, que pode deixar o comando da pasta para contribuir diretamente na campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. Em entrevista ao jornal O Globo, o ministro frisou que não pretende se candidatar a nenhum cargo no próximo pleito.
“Tenho a intenção de colaborar com a campanha do presidente Lula. Disse a ele que não pretendo ser candidato, mas quero ajudar a pensar o programa de governo e a estruturar a campanha”, declarou.
Segundo Haddad, Lula recebeu a proposta de forma “muito amigável” e sinalizou concordância com a ideia. Questionado se a saída do ministério já está definida, o ministro respondeu que “é uma possibilidade”, sem detalhar prazos.
Sem planos eleitorais pessoais
Haddad reiterou que sua disposição é servir ao partido onde for necessário, sem assumir a coordenação geral da campanha. Ele também descartou as especulações de que poderia disputar o governo ou o Senado por São Paulo. “Faz bastante tempo que digo isso. Passei por três eleições muito difíceis, no pior momento do partido”, lembrou.
O ministro foi candidato à Presidência em 2018, após Lula ser preso na Operação Lava Jato, e foi derrotado por Jair Bolsonaro (PL) por 55,13% a 44,87% dos votos válidos.
Desafios nas estatais
Na mesma entrevista, Haddad avaliou que os Correios precisam de uma “reinvenção” para reverter o prejuízo acumulado de R$ 6 bilhões até setembro de 2025, quase o triplo do registrado em igual período do ano anterior. Ele mencionou a possibilidade de parcerias com a Caixa Econômica Federal ou outros bancos para ampliar a capilaridade dos serviços.
Na última terça-feira (9), o governo publicou decreto autorizando garantia da União para um empréstimo de R$ 20 bilhões destinado a socorrer a estatal. Haddad também citou a Eletronuclear como outro caso que exige atenção especial do governo.
Agenda econômica no Congresso
O ministro apontou ainda que a agenda econômica enfrenta ritmo mais lento no Legislativo, o que, segundo ele, gera “angústia” no Executivo. “Se a pauta fica um pouco travada pela ação da oposição, inclusive com temas que nem sempre são os que o país espera, isso cria dificuldades”, afirmou.
Haddad não detalhou quando poderia deixar o cargo nem quem assumiria a Fazenda, mas reforçou que seu objetivo é contribuir para a vitória de Lula em 2026.
Com informações de Gazeta do Povo