O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), declarou que a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, iniciará a substituição de dirigentes da Caixa Econômica Federal indicados por partidos do centrão que têm votado contra o Palácio do Planalto.
A informação foi dada por Guimarães ao podcast As Cunhãs, divulgado no fim de semana. Segundo o parlamentar, Gleisi disse que “vai meter a faca” nos cargos controlados por legendas como PP, PL, PDT, Republicanos e Podemos, além de PT e Rede.
A reação foi motivada pela derrubada, na semana passada, da Medida Provisória 1.303/25, conhecida como MP da Taxação. O requerimento para retirar a proposta de pauta foi aprovado por 251 votos a 193, impedindo a análise do mérito. O texto pretendia aumentar tributos e tinha expectativa inicial de arrecadar R$ 35 bilhões; após alterações, esse valor caiu para R$ 17 bilhões.
Guimarães relatou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que Gleisi “mexesse no vespeiro” da Caixa. O banco possui nove vice-presidências e diversas superintendências estaduais ocupadas por indicações políticas. A única exceção citada pelo líder é a vice-presidência comandada por Inês Magalhães (Minha Casa Minha Vida), considerada de confiança direta do presidente.
Entre os cargos sob avaliação está o do presidente da Caixa, Carlos Antônio Vieira Fernandes, indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). “O cara é competente, o Lula gosta dele, mas…”, comentou Guimarães.
O deputado informou ainda que a prioridade do governo, neste momento, é aprovar o Orçamento de 2026 e três projetos considerados estratégicos, sem detalhá-los. Depois disso, o Planalto deve focar no “modo eleições 2026”.
Guimarães também afirmou que Lula não deverá apoiar candidatos que votaram contra o governo. Após a derrota na Câmara, o presidente declarou que os deputados agiram “contra o povo brasileiro, contra o equilíbrio das contas públicas e contra a justiça tributária”.
Há previsão de reunião da base governista nesta quarta-feira (15) para definir a estratégia de compensação de receitas após a queda da MP.
Com informações de Gazeta do Povo