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Governo federal e Rio de Janeiro abrem escritório emergencial contra crime organizado

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O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciaram nesta quarta-feira, 29 de outubro de 2025, a criação de um Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado para enfrentar a crise de segurança pública no estado.

A estrutura funcionará sob coordenação conjunta do secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, e do secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Mário Sarrubbo. Segundo Castro, o objetivo é viabilizar ações “100% integradas” e reduzir a burocracia entre as forças estadual e federal.

Cooperação acima de disputas políticas

Lewandowski afirmou que o novo escritório pretende agilizar decisões em momentos críticos e que “o problema de uma unidade federativa é problema de toda a federação”. O ministro ressaltou a necessidade de cooperação sem levar em conta diferenças partidárias.

Castro, por sua vez, declarou não ter cogitado solicitar uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO). “Em momento nenhum falei que queria a GLO, porque não preciso que o governo federal venha fazer o meu trabalho”, disse. O governador defendeu que cada ente concentre-se em suas atribuições de forma integrada.

Contato com a Polícia Federal

Questionado sobre a ausência da Polícia Federal (PF) em recente operação da Polícia Militar, Castro minimizou a questão, explicando que o contato entre as corporações é rotineiro. Mais cedo, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, informara que a corporação foi consultada, mas decidiu não participar por considerar a ação “não razoável”.

Lewandowski reforçou que a troca de informações entre as forças é comum e sigilosa. “Esta era uma operação que não dizia respeito à Polícia Federal, que é polícia judiciária, não ostensiva”, observou. O ministro acrescentou que, dentro das limitações orçamentárias, agentes da PF, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional deverão reforçar o patrulhamento no Rio.

Sem equiparação a terrorismo

O ministro reiterou que o governo federal não pretende classificar facções criminosas como organizações terroristas. Para ele, o terrorismo envolve motivação ideológica, enquanto as facções atuam com objetivo financeiro. Alterar a legislação, argumentou, dificultaria o combate ao crime.

Em maio, o Executivo já havia informado às autoridades norte-americanas que não pretendia rotular o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho como grupos terroristas, alegando que essas organizações não defendem causa política ou ideológica.

Com informações de Gazeta do Povo