Brasília — A deputada federal e ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), culpou nesta terça-feira (9.set.2025) uma “conspiração dos Bolsonaros” pela possibilidade de os Estados Unidos recorrerem a força militar contra o Brasil.
Em mensagem publicada na rede social X, a parlamentar classificou como “inadmissível” a hipótese de intervenção norte-americana com o argumento de defesa da liberdade de expressão. “Não bastam as tarifas contra nossas exportações, as sanções ilegais contra ministros do governo, do STF e suas famílias; agora ameaçam invadir o Brasil. E ainda dizem que estão defendendo a ‘liberdade de expressão’”, escreveu.
Casa Branca cita uso de poder econômico e militar
No mesmo dia, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que o presidente dos EUA, Donald Trump, não teria “receio” de empregar o “poder econômico” e o “poder militar” do país para proteger a liberdade de expressão em outras nações. A afirmação foi feita durante coletiva, ao ser questionada pelo jornalista Michael Shellenberger, autor da série de reportagens “Twitter Files”.
Shellenberger perguntou se Washington pretende adotar “medidas adicionais contra Europa e Brasil” em resposta a ações contra redes sociais e processos envolvendo políticos de direita. O jornalista ainda lembrou que o ex-presidente Jair Bolsonaro, tornado inelegível, pode ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana, e que ele próprio e colegas brasileiros são alvos de investigação por reportagens do “Twitter Files Brazil”.
Leavitt respondeu que a liberdade de expressão é “a questão mais importante do nosso tempo”, destacando que está garantida na Constituição dos EUA. Segundo ela, Trump “enfrentou censura” durante sua trajetória de retorno à Casa Branca.
Imagem: Joéds Alves
Pressão contra Alexandre de Moraes
Também na terça-feira, a Embaixada dos EUA em Brasília informou que o governo norte-americano continuará tomando medidas contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, sem detalhar quais ações seriam adotadas.
As declarações de Gleisi Hoffmann inserem-se em um contexto de tensões diplomáticas crescentes, que incluem tarifas sobre exportações brasileiras, sanções a autoridades e a discussão sobre liberdade de expressão nas redes.
Com informações de Gazeta do Povo