O ministro Gilmar Mendes declarou, nesta quarta-feira (3), que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete acusados no Supremo Tribunal Federal (STF) representará uma demonstração de defesa da democracia brasileira contra tentativas de golpe. A afirmação foi feita durante palestra na Corte di Cassazione, em Roma, Itália.
Embora integre a Segunda Turma do STF, Mendes não participará do julgamento. Ele defendeu a responsabilização dos réus para evitar novas investidas contra o Estado Democrático de Direito e reforçou que o processo fortalece a legitimidade das instituições nacionais.
Garantias processuais
“O julgamento ocorre com todas as garantias do Estado de Direito — devido processo legal, contraditório e ampla defesa —, justamente o sistema que tentaram destruir”, afirmou o decano. Para o ministro, a punição adequada é fundamental para manter a confiança da sociedade nas instituições democráticas.
Planejamento detalhado
Mendes destacou que as investigações apontam um “núcleo golpista” organizado, com um plano batizado de “Punhal Verde e Amarelo” para tomada do poder. Segundo ele, a atuação firme do Judiciário garantiu que a democracia continuasse “de pé, mais viva e forte do que nunca”.
Pressões externas
Sem citar nomes, o ministro mencionou pressões de um governo estrangeiro, incluindo tarifas comerciais e sanções pessoais, que teriam como objetivo intimidar autoridades brasileiras. De acordo com Mendes, o Judiciário está preparado para enfrentar ofensivas desse tipo.

Imagem: Carlos Moura
Próximos passos
Além de Bolsonaro, são réus Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. A fase de votos no STF começa na próxima terça-feira (9), com o relator Alexandre de Moraes abrindo a sessão.
Com informações de Gazeta do Povo