Deslocamentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para inaugurações, visitas a obras e lançamentos de programas consumiram R$ 2,4 milhões do Orçamento em 2024, segundo dados oficiais de passagens e diárias.
Do total, R$ 1,6 milhão referem-se às despesas da comitiva presidencial. Outros R$ 800 mil cobriram passagens de 130 professores e reitores convidados a participar de dois eventos em Brasília.
Principais viagens
No fim de maio, Lula foi a Campo Verde (MT) para lançar o programa Solo Vivo. A ida custou R$ 144 mil em passagens e diárias. Dias depois, em Macapá (AP), onde doou área da União e entregou um conjunto habitacional, o gasto chegou a R$ 130 mil.
A Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, demandou R$ 176 mil. Já a cerimônia sobre o Novo Acordo Rio Doce, em Mariana (MG), implicou despesas de R$ 107 mil.
Transnordestina concentra visitas
Em julho, o presidente e os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Camilo Santana (Educação) percorreram trechos da Ferrovia Transnordestina em Missão Velha (CE). O deslocamento, que incluiu viagem de trem, custou R$ 158 mil. Somadas outras idas ao canteiro de obras, os gastos chegaram a R$ 230 mil ao longo do ano.
A ferrovia teve a pedra fundamental lançada em junho de 2006, ainda no primeiro mandato de Lula. Com orçamento de R$ 15 bilhões e 76% de execução, a obra é tocada pela Transnordestina Logística (TLSA), empresa privada que também recebeu recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste. A conclusão está prevista para 2028.
Máquinas agrícolas e reforma agrária
Em junho, Lula participou, em Contagem (MG), da entrega de 318 máquinas agrícolas a municípios mineiros dentro do Programa Nacional de Modernização e Apoio à Produção Agrícola. No mesmo mês, esteve em Araguatins (TO) para conceder títulos de regularização fundiária e anunciar crédito do Fomento Mulher. O trecho custou R$ 65 mil.
No final de maio, o presidente foi a Ortigueira (PR) para o lançamento do programa Terra da Gente. A viagem demandou R$ 90 mil.
Imagem: Ricardo Stuckert via gazetadopovo.com.br
Reitores e professores em Brasília
Em maio, 52 reitores de universidades e institutos federais viajaram a Brasília para reunião com o governo. As passagens e diárias somaram R$ 273 mil. Lula não compareceu por recomendação médica, e o ministro Camilo Santana afirmou que o Executivo recomporia R$ 400 milhões do orçamento das instituições.
Outro encontro, realizado em janeiro para lançar o programa Mais Professores, levou 76 docentes à capital. O gasto foi de R$ 521 mil, com valor médio de R$ 6,9 mil por passagem. Na ocasião, o presidente reiterou a meta de construir 100 novos Institutos Federais e de alfabetizar 80% das crianças até 2030.
Somadas, as despesas das duas agendas de educação chegam a R$ 794 mil, compondo os R$ 800 mil destinados a convidados acadêmicos ao longo do ano.
Os números ocorrem em meio à discussão sobre a necessidade de contenção de gastos públicos diante do quadro fiscal.
Com informações de Gazeta do Povo
