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Gabinete de Alexandre de Moraes diz que investigações foram regulares e estão documentadas

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O gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira, 2 de setembro de 2025, que todos os atos relacionados às apurações sobre supostas “milícias digitais” e disseminação de desinformação “foram oficiais, regulares e constam dos autos”. A declaração sucede denúncias apresentadas no mesmo dia pelo ex-assessor Eduardo Tagliaferro à Comissão de Segurança Pública do Senado.

Em nota, o gabinete sustenta que requisições encaminhadas a órgãos como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) seguiram o regimento interno e o poder de polícia do tribunal, destinado a coibir atividades ilícitas, entre elas tentativa de golpe de Estado e ataques a instituições democráticas.

Relatórios e petição 10.543

Segundo o comunicado, relatórios produzidos “apenas descreveram postagens consideradas ilícitas” em redes sociais. Todos os documentos, acrescenta o texto, foram remetidos à Polícia Federal e comunicados à Procuradoria-Geral da República (PGR).

O gabinete cita ainda a Petição 10.543, que investigou o financiamento de manifestações de 7 de setembro. Conforme Moraes, o procedimento foi o mesmo: após decisão do relator em 19 de agosto, solicitou-se relatório ao TSE, juntado aos autos em 29 de agosto; as partes tiveram vista imediata, e o recurso da PGR não foi conhecido em 9 de setembro. “Tudo regular e oficialmente nos autos”, diz a nota enviada à reportagem.

Acusações de Tagliaferro

Ex-assistente de Moraes no TSE, Eduardo Tagliaferro foi denunciado pela PGR por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, violação de sigilo e obstrução de investigação. Ele é acusado de repassar informações à imprensa no caso “Vaza Toga” e poderá responder na Justiça brasileira caso o pedido de extradição, feito enquanto permanece na Itália, seja acolhido.

Diante dos senadores, Tagliaferro alegou que Moraes e o procurador-geral Paulo Gonet combinavam previamente os alvos das operações, redigiam relatórios sob encomenda e inseriam datas retroativas para fundamentar buscas e apreensões contra empresários de direita. O ex-assessor entregou arquivos e mensagens que, segundo ele, comprovam as acusações. A PGR foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.

Reação no Senado

Após o depoimento, a Comissão de Segurança Pública aprovou a elaboração de um relatório que será encaminhado ao presidente do STF, Luís Roberto Barroso, além de TSE, Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O documento solicita ainda que Barroso reavalie o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros réus investigados por tentativa de golpe em 8 de janeiro, além de pedir proteção internacional para Tagliaferro e família e notificação de autoridades norte-americanas sobre supostas violações no Brasil.

Operação contra empresários

Em agosto de 2022, Moraes determinou operações da Polícia Federal, baseadas em reportagens, para apreender celulares e computadores de oito empresários que teriam manifestado críticas ao STF e temor de vitória do PT. A maioria das investigações foi arquivada, mas duas ainda estão em andamento.

Até o momento, não há novos posicionamentos do STF ou da PGR além das notas divulgadas.

Com informações de Gazeta do Povo