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Falhas na COP 30 abastecem críticas da oposição e rendem apelido “Flop-30”

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Belém (PA) – Apagões, falta de água e preços considerados abusivos marcaram os primeiros dias da 30ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP 30) e deram munição à oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nas redes sociais, parlamentares do PL e de outras siglas passaram a chamar o encontro de “Flop-30”, questionando a distância entre o discurso ambiental do Planalto e a execução do evento.

Críticas e representação no TCU

O senador Jorge Seif (PL-SC) ironizou a situação: “Enquanto vendem sustentabilidade, a realidade em Belém é de desorganização e desperdício de dinheiro público”. Já um grupo de deputados liderados por Luciano Zucco (PL-RS) protocolou no Tribunal de Contas da União pedido de investigação sobre contrato bilionário firmado com um organismo internacional para a organização da conferência. Segundo os oposicionistas, a medida teria driblado a legislação brasileira e mecanismos de controle. “É o retrato da incoerência de um governo que fala em responsabilidade, mas pratica desperdício”, atacou Zucco.

Infraestrutura montada às pressas

Realizada no Parque da Cidade, área do antigo aeroporto de Belém, a COP 30 utiliza estrutura temporária erguida em curto prazo para receber chefes de Estado, autoridades e representantes da sociedade civil. Nos alojamentos, participantes relataram falta de água, quedas de energia e longas filas.

Preços elevados provocam repercussão

Alimentos vendidos dentro do complexo também viraram alvo. Após reclamações, um dos quiosques reduziu o valor da refeição de R$ 60 para R$ 45, incluindo café ou chá. Mesmo assim, itens como pão de queijo, coxinha, empada ou esfiha continuam a R$ 30, o mesmo preço de bebidas quentes. Uma garrafa de água mineral de 250 ml sai por R$ 25, embora o produto seja distribuído gratuitamente em latas para jornalistas credenciados.

Governo reage e minimiza problemas

O ministro do Turismo, Celso Sabino, classificou as críticas como “síndrome de vira-lata”. “Ainda bem que o problema está sendo o preço da coxinha. Está tudo funcionando, com infraestrutura, hospitalidade e comida farta”, declarou, ressaltando que restaurantes próximos oferecem refeições completas por R$ 40. Sabino também comparou os valores aos de outras edições: “Na COP anterior, em Baku, paguei 10 dólares numa lata de refrigerante zero. Grandes eventos costumam ter alguns itens mais caros, é a lei da oferta e da procura”.

Para o ministro, parte das queixas refletiria preconceito contra a capital paraense: “Sempre tem gente para criticar Belém. Isso é uma espécie de síndrome de vira-lata, mas graças a Deus estamos superando”.

Enquanto governo e oposição trocam acusações, a organização da COP 30 segue sob escrutínio público e do TCU, que deve avaliar a legalidade dos contratos e o uso dos recursos destinados ao encontro climático.

Com informações de Gazeta do Povo