O Senado instalou nesta terça-feira (4) a Comissão Parlamentar de Inquérito do Crime Organizado. Por 6 votos a 5, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi eleito presidente, superando o candidato da oposição, Hamilton Mourão (Republicanos-RS). A relatoria ficou com Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento que originou o colegiado.
Disputa acirrada
A base governista garantiu maioria mínima após uma troca de última hora: Nelsinho Trad (PSD-MS) cedeu lugar a Angelo Coronel (PSD-BA), resultando em seis senadores alinhados ao Planalto contra cinco da oposição. A sessão foi conduzida por Otto Alencar (PSD-BA), também presidente da Comissão de Constituição e Justiça.
Compromisso e críticas
Delegado de polícia, Contarato afirmou que atuará com independência. No discurso de posse, criticou a recente operação no Rio de Janeiro que prendeu 113 pessoas e deixou 121 mortos (quatro policiais e 117 suspeitos ligados ao Comando Vermelho). “Jamais podemos comemorar a morte de qualquer pessoa; ela revela um fracasso do poder público”, declarou.
Parlamentares da oposição, como Eduardo Girão (Novo-CE), acusaram o governo de “tomar de assalto” o comando da CPI. Otto Alencar retrucou lembrando que tentativas de interferência também ocorreram em gestões anteriores. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) respondeu que nenhum governo quer uma investigação parlamentar que o atinja.
Escopo e prazo
A comissão terá 11 membros titulares e 11 suplentes, com prazo inicial de 120 dias. O foco será a estrutura, a expansão e o funcionamento de facções criminosas, em especial PCC e Comando Vermelho, além das milícias. Alessandro Vieira apresentou o plano de trabalho e indicou as primeiras autoridades a serem ouvidas.
Durante a instalação, as senadoras Damares Alves (Republicanos-DF) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) protestaram contra a ausência de mulheres na disputa pela presidência e sugeriram a criação de uma vice-presidência para repartir a condução dos trabalhos.
Com informações de Gazeta do Povo