A Polícia Nacional do Paraguai divulgou nesta sexta-feira (26) o passaporte e a cédula de identidade utilizados pelo ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques na tentativa de entrar no país e seguir viagem para El Salvador. Ambos os documentos estavam emitidos em nome de Julio Eduardo Baez Fernandes, cidadão paraguaio.
Segundo as autoridades paraguaias, o passaporte foi expedido em 6 de novembro de 2025, dez dias antes da sentença que condenou Silvinei e outros cinco réus na ação penal nº 2.693 (núcleo 2). Após verificar a numeração no sistema e comparar as impressões digitais, a polícia concluiu que o portador não era o verdadeiro Julio Baez. Confrontado, Silvinei confessou a falsidade dos documentos. O próprio Baez, seis anos mais velho que o ex-chefe da PRF, já havia informado às autoridades o extravio de seus papéis.
Silvinei Vasques foi condenado a 24 anos e seis meses de prisão. Parte das medidas cautelares impostas contra ele relaciona-se aos eventos de 8 de janeiro de 2023. Na madrugada de quinta-feira (25), o sinal da tornozeleira eletrônica do ex-diretor foi perdido. A Polícia Federal comunicou a ocorrência às forças de segurança da Colômbia, da Argentina e do Paraguai.
Com o trânsito em julgado da ação do núcleo 2, Silvinei deveria começar a cumprir pena por supostamente coordenar uma operação policial no Nordeste destinada a dificultar votos para o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
Depois da prisão em território paraguaio, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes converteu as medidas cautelares em prisão preventiva. Na decisão, Moraes relatou que, após o desaparecimento do sinal da tornozeleira, agentes da Polícia Federal e da Polícia Penal de Santa Catarina foram ao apartamento de Silvinei e não o localizaram. As investigações apontam que ele utilizava um veículo alugado, deixou o condomínio às 19h22 de 24 de dezembro e carregou o automóvel com seu animal de estimação, ração e diversos sacos de tapete higiênico para cães.
Detido no Paraguai, Silvinei será transferido para Brasília, onde aguardará definição sobre o local de cumprimento da prisão preventiva.
Com informações de Gazeta do Povo
