A procuradora do Estado de Roraima Rebeca Ramagem afirmou ter sido alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ela, a operação ocorreu dentro de uma aeronave no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, na quarta-feira (26).
Rebeca relatou que viajava com as duas filhas, de 7 e 14 anos, quando agentes retiraram todas as malas do voo e realizaram revista completa. Durante a ação, foram apreendidos seu telefone celular, computadores e outros pertences.
A procuradora destacou não responder a qualquer processo judicial ou investigação. “Sou servidora pública efetiva há 22 anos, no cargo de procuradora do Estado. O único motivo apresentado para a medida foi o fato de ser casada com Alexandre Ramagem”, escreveu em rede social.
Condenação e situação de Alexandre Ramagem
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), foi condenado a 16 anos de prisão na Ação Penal nº 2668, que apura um suposto plano golpista. Ele deixou o Brasil rumo aos Estados Unidos antes do desfecho do processo e, agora, é considerado foragido pelo STF.
Após o trânsito em julgado da decisão, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), proibiu a votação remota de deputados que estejam fora do país, salvo em missão oficial. A medida pode levar Ramagem a perder o mandato em 2026 ou antes, caso o Plenário da Casa aprove cassação recomendada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Críticas ao STF
Em sua postagem, Rebeca Ramagem classificou a ação como “abuso” e disse que continuará lutando pela “normalidade constitucional” no país. “Essa prática de ilegalidades cada vez mais absurdas não pode perdurar”, declarou.
A reportagem procurou a Polícia Federal para confirmar a operação, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.
Com informações de Gazeta do Povo