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Entidades feministas denunciam veto e cancelamento de passagens na 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres

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Brasília – Representantes das organizações Matria, Aliança LGB e Raízes Feministas afirmam ter sido alvo de boicote do Ministério das Mulheres durante a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, iniciada na segunda-feira (29) e encerrada nesta quarta-feira (1º), na capital federal.

Vetos, cancelamentos e financiamento coletivo

A Matria, principal entidade nacional crítica ao ativismo trans, relata que seguiu todos os requisitos exigidos para inscrever delegadas, mas teve o pedido negado sem explicação. Já a Aliança LGB e a Raízes Feministas tiveram participação aprovada, porém os voos custeados pelo governo foram cancelados quatro dias antes do evento. As representantes Mariele Gomes e Ingrid Peixoto recorreram a uma campanha de financiamento coletivo para chegar a Brasília.

“Chegando aqui, duas assessoras da ministra pediram desculpas e prometeram reembolsar a passagem e emitir o trecho de volta”, disse Mariele, diretora da Aliança LGB.

Participação expressiva de entidades trans

A conferência contou com forte presença de representantes do movimento trans. A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) integrou a organização do encontro; sua presidente, Bruna Benevides, discursou na abertura defendendo cotas para pessoas trans em universidades e no Concurso Público Nacional Unificado.

Regimento com punições genéricas

Portaria publicada em abril pela então ministra Cida Gonçalves estabeleceu o regimento do evento e previu sanções para “desinformação”, “conteúdos falsos” e “discriminação”. Entidades críticas à identidade de gênero consideram a regra uma forma de restringir debates sobre sexo biológico nas políticas públicas voltadas às mulheres.

Hostilidade no segundo dia

Na terça-feira (30), cerca de 30 militantes transexuais cercaram Mariele Gomes e outras participantes, entoando gritos de “transfobia não” enquanto filmavam os rostos das mulheres. A ação foi liderada por Jovanna Cardoso da Silva, membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e fundadora do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans). O episódio durou cerca de 40 segundos e foi interrompido após intervenção de outra participante.

Ministério não se posiciona

A reportagem solicitou resposta do Ministério das Mulheres, da Antra e do Fonatrans. Até o fechamento deste texto, nenhuma das entidades se manifestou.

Com informações de Gazeta do Povo