Brasília — Em pronunciamento no plenário da Câmara dos Deputados, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contestou a proposta de Paulinho da Força (Solidariedade-SP) de trocar a anistia “ampla, geral e irrestrita” por um modelo de dosimetria de penas. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que não aceitará “concessões que fragilizem” o texto original.
Dirigindo-se diretamente ao parlamentar do Solidariedade, Eduardo declarou que não abrirá mão “da trajetória e dos riscos” que, segundo ele, assumiu para defender “justiça e liberdade” aos envolvidos em inquéritos do 8 de janeiro. “Qualquer tentativa de suavizar a medida seria brincar com a vida de inocentes”, afirmou.
O deputado também mencionou o ministro Alexandre de Moraes, alegando que agentes que colaboram com investigados por violações de direitos humanos podem sofrer as mesmas sanções. Ele classificou eventuais negociações como “indecorosas” e “infames” e alertou Paulinho, o ex-presidente Michel Temer e outros articuladores contra iniciativas que, na sua avaliação, resultariam em uma “paz superficial”.
Num dos trechos mais enfáticos, Eduardo citou trecho do discurso de Winston Churchill para reforçar que, caso necessário, continuará a lutar “nas praias, nos campos e nas ruas” até “vencer”.
A intervenção eleva a tensão entre os parlamentares que negociam o relatório da anistia. De um lado, aliados de Bolsonaro defendem a manutenção do texto original; de outro, há deputados que buscam mudanças para torná-lo mais aceitável ao centro e ao Judiciário.
Com informações de direitaonline.com.br
