Brasília — O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta sexta-feira, 5 de setembro de 2025, que a bancada conservadora não apoiará qualquer proposta de anistia que exclua o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em publicação na rede X, o parlamentar declarou que “qualquer anistia que não seja ampla e irrestrita não será aceita” e adiantou que levará o tema à base do Partido Liberal na Câmara.
A manifestação veio após reportagem da CNN Brasil informar sobre uma ala do PL que defenderia retirar o nome do ex-mandatário da proposição para facilitar sua aprovação no Congresso. Eduardo Bolsonaro reagiu acusando o grupo de tentar “chantagear” o pai com vistas às alianças eleitorais de 2026.
“Eu sei que vocês querem tirar meu pai da anistia para forçá-lo a escolher o candidato que vocês querem emplacar”, escreveu. Segundo o deputado, apoiadores de uma anistia sem Jair Bolsonaro “serão vistos como colaboradores dos violadores de direitos humanos”.
Repercussão no Congresso
O debate sobre anistia mobiliza outras lideranças. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou que a votação deve considerar “o momento político” e disse não ter dúvida de que os filhos do ex-presidente seguirão sua orientação eleitoral.
No Senado, o líder da oposição, Carlos Portinho (PL-RJ), classificou a medida como “gesto de pacificação nacional”, lembrando que há “pessoas presas com penas exageradas”.

Imagem: Lula Marques
Já o líder do governo na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), considerou o projeto inconstitucional e inoportuno, alegando que surge em meio ao julgamento pelo Supremo Tribunal Federal das suspeitas de articulações golpistas.
O tema seguirá em discussão nas bancadas enquanto aliados e opositores buscam consenso sobre o alcance e os nomes que poderão ser contemplados pela eventual anistia.
Com informações de Gazeta do Povo