O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou que não consegue registrar voto nas sessões da Câmara dos Deputados desde que retornou de licença parlamentar. O parlamentar está nos Estados Unidos desde fevereiro de 2025 e, entre março e julho, esteve oficialmente licenciado do mandato.
Com o término da licença, em 20 de julho de 2025, a Câmara realizou seis sessões semipresenciais — formato que permite participação por aplicativo. Em nenhuma delas o nome do deputado apareceu como presente.
Eduardo enviou à Mesa Diretora um pedido para exercer o mandato à distância. Ele alega perseguição política e cita o modelo remoto adotado durante a pandemia de Covid-19 como precedente para sua solicitação.
Regimento não prevê voto remoto
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que não existe previsão regimental para autorizar o trabalho remoto atualmente. Segundo Motta, conceder exceção “não se justifica para o momento”.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Câmara para saber se há impedimento formal para o voto remoto do deputado e por qual motivo, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Faltas e risco de perda de mandato
Desde o início de 2025, Eduardo Bolsonaro acumulou 13 presenças e 17 ausências não justificadas, número que corresponde a mais da metade das sessões realizadas no período. A Constituição prevê a perda do mandato para o parlamentar que faltar a um terço das sessões ordinárias no ano.

Imagem: Renato Araújo
Participação em audiência pública
Apesar das ausências em plenário, o deputado participou por videoconferência, em 27 de agosto, de uma audiência pública da subcomissão que apura violações de direitos de condenados pelos atos de 8 de janeiro.
Até o momento, o impasse sobre a possibilidade de voto remoto permanece sem solução.
Com informações de Gazeta do Povo