O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende transformar o desfile de 7 de Setembro, neste domingo (7), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no primeiro grande ato de sua campanha pela reeleição em 2026. Sob o mote “Brasil Soberano”, o governo organizará a cerimônia para enviar recados ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Responsável pela comunicação do Palácio do Planalto, o ministro Sidônio Palmeira afirmou em vídeo divulgado nas redes sociais que o novo slogan marca uma fase em que “economia e conquistas do povo” estariam ameaçadas por fatores externos. “Nosso objetivo é mostrar que este governo tem lado: o do povo brasileiro”, declarou.
Pronunciamento em rede nacional
Na véspera do feriado, sábado (6), Lula falará por seis minutos em cadeia de rádio e TV. O discurso defenderá o Pix, criticará o que chama de “traidores da pátria” e atribuirá a Bolsonaro a responsabilidade pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
Em 2024, o pronunciamento do 7 de Setembro teve como alvo o empresário Elon Musk. Desta vez, o foco será a política comercial de Trump, considerada pelo Planalto uma ameaça direta à economia nacional.
Recados visuais na Esplanada
O cerimonial prevê que nove pessoas – crianças e adultos – desfilem com camisetas amarelas formando a palavra “soberania”. Um bandeirão com a inscrição “Brasil Soberano” também será exibido. Segundo auxiliares presidenciais, a mensagem é dirigida à Casa Branca.
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) foram convidados a acompanhar a solenidade na tribuna de honra, em meio ao julgamento de Bolsonaro pela suposta tentativa de golpe em 2022. No ano passado, estiveram presentes Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.
Mobilizações de esquerda e direita
Partidos progressistas planejam atos em defesa da soberania nacional e de apoio ao STF em pelo menos 18 capitais. A maior concentração está prevista para a Praça da República, em São Paulo. Apesar de incentivar as manifestações, Lula não comparecerá, receoso de baixa adesão.

Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom
Paralelamente, aliados de Jair Bolsonaro convocam protestos contra o ministro Alexandre de Moraes e a favor da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. O ex-presidente, em prisão domiciliar desde agosto, não irá às ruas. A principal manifestação será na Avenida Paulista, também na capital paulista, organizada pelo pastor Silas Malafaia e pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), confirmaram presença para pedir que o Congresso vote a proposta de anistia. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também participarão.
Para o Planalto, o conjunto de ações do feriado – desfile oficial e atos de rua – marca a largada da mobilização petista rumo a 2026, após pesquisas indicarem melhora na avaliação do governo.
Com informações de Gazeta do Povo