Brasília – O deputado federal Jefferson Campos (PL-SP) cobrou nesta quarta-feira (15/10/2025) um posicionamento do Ministério das Relações Exteriores e da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara após a prisão de pelo menos 30 pastores e líderes da Igreja Zion na China.
Em discurso no plenário, o parlamentar citou reportagem publicada em 13 de outubro pela Gazeta do Povo e afirmou que encaminhará ofícios ao Itamaraty e à CREDN solicitando manifestações oficiais sobre o caso.
Detenções em diversas províncias
Segundo Campos, as prisões ocorreram neste mês em operação simultânea considerada a mais ampla repressão a igrejas não registradas no país desde 2018. Entre os detidos está o pastor Ezra Jin Mingri, fundador da Zion Church, acusado pelas autoridades chinesas de “uso ilegal de redes de informação”, crime que pode resultar em até sete anos de prisão.
O deputado, que também é pastor, declarou preocupação com a possibilidade de haver missionários brasileiros entre os presos. “O Brasil é signatário da Declaração Universal de Direitos Humanos, que garante liberdade religiosa. Precisamos saber se existem compatriotas detidos e exigir respeito a esse direito”, afirmou.
Apelo por ação diplomática
Campos pediu que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva dialogue com Pequim para “coibir abusos” contra praticantes de fé cristã. Ele disse que o Estado chinês tem fechado templos, removido cruzes e confiscado Bíblias com o objetivo de submeter congregações independentes ao órgão oficial Movimento Patriótico das Três Autonomias.
“Trinta pastores foram presos simplesmente por exercerem o direito à fé, realizando cultos e orações sem autorização do Estado. Isso é uma afronta à dignidade humana”, declarou no plenário.
Reação internacional
O caso também repercutiu fora do Brasil. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, condenou as detenções e pediu a libertação imediata dos religiosos, classificando o episódio como prova de hostilidade do Partido Comunista Chinês a cristãos que rejeitam controle estatal.
No encerramento do discurso, Jefferson Campos conclamou colegas parlamentares a apoiarem sua iniciativa: “Somos um país de maioria cristã; não podemos permanecer indiferentes a essa perseguição.”
Com informações de Gazeta do Povo