Home / Política / Deputada Luizianne Lins e outros brasileiros seguem presos em Israel sem data para deportação

Deputada Luizianne Lins e outros brasileiros seguem presos em Israel sem data para deportação

ocrente 1759712603
Spread the love

A permanência de brasileiros detidos em Israel após a interceptação da flotilha humanitária Global Sumud continua indefinida. Entre os presos está a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), ex-prefeita de Fortaleza, que permanece na prisão de Ketziot, no deserto do Negev, desde quarta-feira (1º). A parlamentar recusou-se a assinar um termo de deportação acelerada, procedimento que dispensaria audiência judicial.

As sessões judiciais que analisaram cada caso terminaram neste domingo (5), mas o tribunal ainda não definiu se os estrangeiros serão liberados ou deportados. Durante as audiências, um juiz de imigração avalia se houve entrada irregular em território israelense ou risco à segurança do Estado. Caso entenda que o ingresso foi ilegal, mantém-se a detenção até a expulsão. O processo é sumário, com prazo de recurso entre 48 e 72 horas.

De acordo com a assessoria de Luizianne Lins, a deputada está incomunicável há mais de 40 horas, sem acesso a familiares ou representantes oficiais, e aguarda autorização para receber visita consular. A equipe afirma que a assinatura do documento significaria admitir entrada ilegal no país e “criminalizar uma missão civil e pacífica”.

O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota na quinta-feira (2) exigindo a libertação imediata dos brasileiros e acesso consular irrestrito. Diplomatas brasileiros já visitaram Ketziot por mais de oito horas e relataram que os detidos apresentam boas condições físicas e demonstram resiliência emocional.

Até o momento, somente o brasileiro Nicolas Calabrese foi deportado. Os demais, incluindo pelo menos 15 cidadãos — entre eles a deputada Luizianne Lins e o ativista Thiago de Ávila —, seguem presos sem previsão de retorno. A Embaixada do Brasil em Tel Aviv aguarda informação oficial sobre possíveis voos de deportação.

A flotilha foi interceptada pela Marinha israelense no Mediterrâneo ao tentar furar o bloqueio à Faixa de Gaza e levar alimentos e mantimentos à população civil. Israel afirma que a ação buscava impedir contrabando de armas para o Hamas e que ninguém ficou ferido durante a operação.

No Congresso Nacional, parlamentares de diferentes partidos pediram medidas mais firmes ao Itamaraty, como a suspensão de relações comerciais com Israel caso os detidos não sejam libertados. Também neste domingo (5), milhares de pessoas participaram de ato pró-Palestina no centro de São Paulo, em solidariedade aos ativistas presos.

Com informações de Gazeta do Povo