A delegação do Brasil abandonou o plenário da Assembleia Geral das Nações Unidas na sexta-feira, 26 de setembro de 2025, enquanto o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, iniciava seu discurso. O gesto integrou um boicote organizado por dezenas de países em repúdio à ofensiva israelense na Faixa de Gaza.
De acordo com veículos de comunicação dos Estados Unidos, a saída coordenada foi articulada pela Autoridade Nacional Palestina por meio de uma carta enviada às delegações. Integrantes da missão brasileira utilizaram trajes tradicionais palestinos durante o protesto.
O embaixador de Israel na ONU classificou a manifestação como “encenação barata”. Em sentido oposto, a representação norte-americana permaneceu no salão e aplaudiu Netanyahu em diversos momentos, reiterando o apoio de Washington ao governo israelense sob a administração do presidente Donald Trump.
Repercussões diplomáticas
A postura brasileira contrasta com os Estados Unidos em um período de negociações para a retirada de tarifas de importação impostas a produtos do Brasil. O ato também evidencia o alinhamento de Brasília com outras nações que criticam a operação militar israelense em Gaza.
Pontos centrais do discurso israelense
Diante do plenário, Netanyahu renovou ameaças ao Irã e a grupos que considera terroristas, como Hamas, Hezbollah e Houthis. “No ano passado, massacramos os Houthis. Esmagamos a máquina terrorista do Hamas, paralisamos o Hezbollah, eliminando a maioria de seus líderes e grande parte de seu arsenal”, declarou.
O premiê afirmou que sua fala estava sendo transmitida em tempo real para celulares na Faixa de Gaza, dirigindo-se diretamente ao Hamas e aos sequestradores de reféns: “Depõem as armas, libertem nosso povo. Até que isso ocorra, vamos caçar vocês”.
Netanyahu disse ainda que “grande parte do mundo parece ter esquecido” o ataque de 7 de outubro, quando, segundo ele, o Hamas matou 1.200 pessoas, incluindo 40 cidadãos norte-americanos. Ele reiterou que Israel não reconhecerá um Estado palestino, classificando a ideia como “loucura”.
Com informações de Gazeta do Povo