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Decisões de Moraes impulsionam onda de exilados políticos brasileiros

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Um vídeo que mostra a esposa do deputado federal Alexandre Ramagem, Rebeca Ramagem, deixando o Brasil com as filhas de 14 e 7 anos viralizou nas redes em 29 de novembro de 2025 e tornou-se símbolo da fuga de brasileiros que se dizem perseguidos por decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Sem inquérito ou processo contra a mulher e as crianças, a família passou a integrar um grupo que já reúne centenas de cidadãos que optaram pelo exílio para escapar de investigações ou medidas restritivas determinadas pelo magistrado. A maioria dos casos envolve críticas ou ataques às instituições, classificadas como “desinformação” ou “ataques às instituições democráticas”, conceitos que não constam tipificados no Código Penal.

Casos mais recentes e destinos

Entre os que buscaram refúgio no exterior estão:

  • Ludmila Lins Grilo – ex-juíza que se mudou após responder a processos disciplinares por críticas ao STF;
  • Oswaldo Eustáquio – jornalista que vive na Espanha após ter extradição negada pela Justiça local;
  • Allan dos Santos – jornalista nos Estados Unidos na mesma situação de Eustáquio;
  • Rodrigo Constantino – comentarista que deixou o país após bloqueios de redes sociais, quebra de sigilo bancário e retenção de passaporte;
  • Eduardo Bolsonaro – deputado federal que permanece nos EUA após ser denunciado por coação à Justiça;
  • Paulo Figueiredo – jornalista denunciado pelo mesmo motivo que Eduardo Bolsonaro.

8 de janeiro amplia estatísticas

Somam-se a esses nomes acusados de envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023. Segundo a reportagem, centenas de investigados preferiram sair do país a firmar acordos de culpabilidade que consideram injustos.

Lawfare e comparação histórica

Juristas internacionais classificam as medidas como exemplos de lawfare – uso do Judiciário para fins de perseguição política. Em podcast publicado esta semana, o jornalista Marcos Tosi relembrou o Ato Institucional nº 5 e a Anistia de 1979 para discutir se o país vive “regime de exceção travestido de democracia”.

Sem sinal de recuo nas decisões do STF, a lista de brasileiros que deixam o território nacional para evitar processos ou sanções segue em expansão, segundo a Gazeta do Povo.

Com informações de Gazeta do Povo