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Corte de R$ 400 milhões ameaça orçamento das universidades federais em 2026

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Brasília – O orçamento discricionário das universidades federais sofrerá redução nominal de quase R$ 400 milhões em 2026, segundo levantamento da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). O valor engloba despesas de custeio como água, energia, manutenção, segurança, limpeza e bolsas estudantis.

Queda em relação ao ano anterior

Em 2025, as universidades executaram R$ 6,82 bilhões. Para 2026, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) encaminhado pelo governo reservava R$ 6,89 bilhões. Durante a tramitação no Congresso, no entanto, houve corte de R$ 488 milhões, reduzindo o montante a R$ 6,43 bilhões.

Risco ao funcionamento e à assistência estudantil

Em nota, a Andifes alertou que a diminuição compromete o funcionamento das instituições e ameaça a continuidade de políticas de ensino, pesquisa e extensão. A entidade destaca impacto direto na assistência estudantil, sobretudo em ações de moradia e alimentação para alunos em situação de vulnerabilidade.

Somente na rubrica de assistência estudantil, a redução em relação à proposta original do governo chegou a aproximadamente R$ 100 milhões, queda de 7,3%. O corte afeta a implementação da nova Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), que inclui o Programa de Assistência Estudantil (PAE) e o Programa de Bolsa Permanência (PBP).

Reivindicação maior que o aprovado

No início do ano, as universidades solicitaram R$ 7,81 bilhões para 2025 — valor equivalente ao patamar de 2019 corrigido pela inflação —, mas receberam menos. A Andifes assinala que, entre 2020 e 2022, os recursos destinados às instituições foram ainda menores.

Reduções também atingem pesquisa

A entidade ressalta que o cenário se agrava com cortes similares nos orçamentos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), principais financiadores da pesquisa no país.

Episódios recentes de contingenciamento

Em maio, universidades como UFRJ, Ufal e UFCG anunciaram cortes emergenciais após decreto que limitou o uso mensal do orçamento. Os recursos foram liberados ainda no mesmo mês, junto a uma recomposição temporária informada pelo Ministério da Educação, que atribuiu dificuldades à redução de verbas entre 2016 e 2022.

Diante dos novos cortes, a Andifes afirma que o orçamento de 2026 ficará inferior ao executado em 2025 sem considerar inflação e reajustes contratuais, o que, segundo a associação, ameaça a sustentabilidade administrativa das instituições e a permanência de estudantes de baixa renda.

Com informações de Direita Online